Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a Anvisa deve aprovar até dezembro a vacina da dengue do Butantan, com aplicação prevista para 2026.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta segunda-feira (3) que a Anvisa deverá aprovar até dezembro o uso da vacina da dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan. A expectativa do governo é iniciar a aplicação das doses em 2026, após a conclusão do processo de registro e definição da estratégia nacional de imunização.
Segundo Padilha, a vacina será destinada a pessoas entre 2 e 59 anos e representa um avanço importante no combate à dengue no país. A fabricação em larga escala ficará a cargo da farmacêutica chinesa WuXi Biologics, responsável por entregar 40 milhões de doses em 2026.
Em fevereiro, o Planalto havia anunciado que a parceria entre os laboratórios garantiria 60 milhões de unidades, mas o número foi ajustado após discussões técnicas entre os institutos.
“Nossa programação é para ter a vacina em campo no ano que vem. A Anvisa está nos seus detalhes finais com o Butantan. A informação de que teremos a vacina até o fim do ano é da própria Anvisa”, declarou Padilha durante coletiva sobre as estratégias de combate à dengue.
O Instituto Butantan solicitou o registro da vacina à Anvisa em dezembro de 2024, e o órgão regulador avalia estudos de qualidade, segurança e eficácia antes de liberar o uso. Padilha informou ainda que a agência já certificou as instalações da fábrica chinesa, o que agiliza o processo de autorização.
Investimentos e novas tecnologias
Durante o anúncio, o ministro também apresentou um investimento de R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de tecnologias no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Entre as ações, está a expansão da tecnologia Wolbachia, que utiliza mosquitos geneticamente modificados para reduzir a transmissão da doença. Atualmente presente em 12 municípios, o método será levado para 70 cidades brasileiras.
O Ministério da Saúde destacou que Niterói (RJ) foi a primeira cidade a ter 100% do território coberto pelo método, registrando redução de 89% nos casos de dengue e 60% nos casos de chikungunya.
Situação da dengue no Brasil
Em 2025, o país já contabiliza 1.698 mortes por dengue e outras 264 em investigação, além de 1,6 milhão de casos prováveis.
O estado de São Paulo concentra 55% dos casos e 64% das mortes, seguido por Minas Gerais, com 9,8% dos casos e 7% dos óbitos.
Apesar da melhora em relação a 2024 — quando o Brasil registrou 6.321 mortes, o maior número da história —, Padilha destacou que o governo não aceita a dengue como “novo normal”.
“Não podemos aceitar mais de mil mortes por ano. Nosso foco é reduzir a letalidade, e acreditamos que a vacina será a principal estratégia para o controle da endemia”, afirmou o ministro.
Campanha nacional
O Ministério da Saúde também anunciou o Dia D de prevenção contra a dengue, marcado para 8 de novembro.
Com o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, a campanha pretende mobilizar a população e os profissionais de saúde para eliminar criadouros e reforçar a responsabilidade coletiva no combate ao Aedes aegypti.
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