Donald Trump confirma que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela para tirar Nicolás Maduro do poder. Possíveis ações militares no Caribe.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) que autorizou a CIA a realizar operações secretas e letais na Venezuela com o objetivo de retirar Nicolás Maduro do poder. A revelação foi antecipada pelo jornal The New York Times e posteriormente confirmada por Trump em entrevista à imprensa na Casa Branca.
A autorização formal permite que a CIA atue de forma unilateral ou em conjunto com ações militares de grande escala, incluindo uma possível invasão do território venezuelano — cenário considerado extremo por Caracas. Segundo o New York Times, a decisão foi tomada após o fracasso de negociações diplomáticas com o governo de Maduro.
Durante entrevista, Trump afirmou que a Venezuela “está sentindo a pressão”. A estratégia foi apoiada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo diretor da CIA, John Ratcliffe. Ambos defendem abertamente a remoção de Maduro por meios não diplomáticos.
A Casa Branca teria recusado uma proposta que daria aos EUA participação dominante na indústria petrolífera da Venezuela — que possui as maiores reservas de petróleo do mundo — optando por uma abordagem de confronto direto. O governo também considera autorizar bombardeios e ataques aéreos em território venezuelano, o que poderia representar um estado de guerra aberta.
Entretanto, tal ação enfrenta entraves legais: a Constituição dos EUA reserva ao Congresso o poder de declarar guerra. Para contornar essa limitação, a administração Trump passou a justificar os ataques como parte de uma campanha contra o narcotráfico. Desde setembro, 27 pessoas teriam morrido em ações armadas nas águas internacionais próximas à Venezuela.
Trump declarou que embarcações suspeitas de tráfico são “alvos legítimos”, embora o Pentágono não tenha apresentado provas de que esses barcos transportavam drogas. Especialistas afirmam que a principal rota de tráfico para os EUA passa pelo Pacífico e pela fronteira mexicana, não pelo Caribe.
O governo americano também sustenta que Maduro lidera o chamado Cartel de los Soles e teria ligação com a facção Tren de Aragua — alegações questionadas por relatórios da própria inteligência dos EUA. Em agosto, o Departamento de Justiça dobrou a recompensa pela captura do líder venezuelano, oferecendo US$ 50 milhões (cerca de R$ 272 milhões).
A ação da CIA ocorre em um contexto histórico sensível. A agência tem um longo histórico de interferência em países latino-americanos, incluindo o apoio ao golpe militar no Brasil em 1964, que resultou em duas décadas de ditadura, com repressão, tortura e assassinatos de opositores.
Embora ainda não haja confirmação oficial sobre uma possível invasão militar à Venezuela, o aumento da presença de forças americanas no Caribe — com mais de 10 mil soldados, oito navios de guerra e um submarino — evidencia uma escalada de tensão. Especialistas alertam para os riscos de instabilidade regional e violação da soberania venezuelana.





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