Keli Guimarães, superintendente do governo Ratinho Junior, foi condenada a 10 anos e 10 meses por peculato e lavagem de dinheiro.
A superintendente-geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná, Keli Cristina de Souza Gali Guimarães, foi condenada a 10 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença foi assinada em 9 de outubro pelo juiz federal Guilherme Roman Borges, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em processo relacionado à Operação Fidúcia, da Polícia Federal.
A decisão decorre de uma investigação que envolve o Instituto Confiancce, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), acusada de fraudar licitações e desviar recursos públicos entre 2008 e 2014. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o grupo teria utilizado a entidade para superfaturar contratos, simular serviços e pagar despesas pessoais com dinheiro público.
Entre as irregularidades identificadas estão o pagamento de viagens internacionais, planos de saúde e contas particulares, além da contratação de empresas sem prestação efetiva de serviços.
Keli atuou no Instituto Confiancce de 2007 a 2013, ao lado de sua tia, fundadora da organização, que também foi condenada. Na sentença, o magistrado apontou que a servidora recebeu “remuneração absolutamente incompatível com sua atuação”.
Defesa e posição do governo
O advogado Antonio Figueiredo Basto, que representa Keli Guimarães, afirmou que irá recorrer da decisão e que a condenação de primeira instância não tem efeito imediato. Segundo ele, há possibilidade de prescrição do crime de peculato, e não há provas substanciais do envolvimento da cliente.
Em nota, o governo Ratinho Junior (PSD) destacou que os fatos são antigos e não têm relação com a atual função de Keli. A gestão reforçou ainda que o próprio juiz reconheceu não haver motivo para perda do cargo, e que aguardará o julgamento em instâncias superiores.
Histórico do processo
Keli já havia sido denunciada pelo MPF em 2016 e condenada em 2018, mas a sentença foi anulada em 2019 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A defesa alegou interceptação telefônica ilegal do celular de seu marido, Fernando Guimarães, conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), o que levou o processo a recomeçar.
Além da condenação criminal, Keli também responde a ação civil de improbidade administrativa na 1ª Vara Federal de Curitiba, com base nos mesmos fatos apurados.
Nomeada para o cargo de superintendente em 2022, Keli Guimarães passou a atuar na articulação com segmentos da sociedade civil organizada, função criada por decreto do governador Ratinho Junior. O caso segue sem trânsito em julgado e aguarda recurso nas instâncias superiores.





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