STF ouve defesas de militares acusados de planejar assassinato de Moraes e Lula; advogados contestam provas e negam vínculo com ‘kids pretos’.
As defesas de quatro réus do chamado núcleo militar da trama golpista negaram à Primeira Turma do STF que tenham participado do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Lula (PT). O julgamento começou na última terça-feira (11), com a oitiva dos advogados de seis acusados e manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República).
A maioria dos denunciados no núcleo é composta por oficiais do Exército com formação em forças especiais, conhecidos como “kids pretos”. A previsão é que os ministros apresentem seus votos na próxima semana.
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, preso há 11 meses, foi defendido por Jeffrey Chiquini, que contestou a principal prova da acusação: o uso de um chip com o CPF de Azevedo em um celular utilizado duas semanas após a operação clandestina. A defesa afirmou que o militar trabalhou normalmente no quartel em Goiânia no dia do suposto crime e que pegou o aparelho de um depósito, sem envolvimento na ação.
Outros réus também tiveram suas defesas apresentadas. Ronald Ferreira de Araujo Junior, por exemplo, teve pedido da PGR para rebaixar a acusação para incitação ao crime, já que não participou das reuniões da trama golpista. Seus advogados destacaram que ele nunca foi um “kid preto”.
Sérgio Ricardo Cavaliere, da reserva, foi defendido com base no argumento de que encaminhou uma carta de tom golpista, mas não produziu, assinou ou teve participação no planejamento da ação. O advogado ressaltou a ausência de qualquer vinculação com o grupo principal.
Por fim, a defesa do policial federal Wladimir Matos Soares alegou que ele estava isolado dos demais réus. A acusação aponta que Wladimir repassou informações sobre a segurança de Lula e se disse pronto para participar de um golpe, mas a defesa contestou a individualização das condutas e negou vínculos com os “kids pretos”.
O presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, reforçou a importância do respeito à advocacia e da manutenção da ordem durante o julgamento, destacando o poder de polícia da presidência da corte.





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