CBF apresenta na COP30 projeto de Fair Play Financeiro que limita endividamento e prevê punições a clubes a partir de 2026.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta quarta-feira (12) os detalhes do projeto de Fair Play Financeiro voltado aos clubes do país. O anúncio ocorreu durante a COP30, conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém. O vice-presidente da entidade, Ricardo Gluck Paul, destacou que o programa terá como principais objetivos o controle de dívidas e a redução de gastos.
Segundo Gluck, o modelo estabelecerá limites de endividamento e de folha salarial com base na receita de cada clube. “Não se pode ter um endividamento maior do que a capacidade de gerar receita. O fair play vai estabelecer um limite de endividamento baseado na receita, um percentual, e um limite para a folha salarial do elenco, também baseado nessa receita. Na medida em que um clube infracionar essas regras, sofrerá sanções”, afirmou o dirigente.
Entre as punições previstas no código de conduta estão o transfer ban — que impede novas contratações —, a perda de pontos e até o rebaixamento de divisão. O documento com todas as regras deve ser concluído até o dia 26 de novembro, e parte das normas entrará em vigor em janeiro de 2026. Outras serão implementadas de forma gradual nos meses e anos seguintes.
O projeto é resultado do trabalho do Grupo de Trabalho de Fair Play Financeiro, que reúne representantes de clubes, federações, especialistas independentes e uma consultoria contratada. Os participantes poderão enviar sugestões até 14 de novembro para a versão final do modelo, que será apresentada oficialmente no Summit CBF Academy.
O Fair Play Financeiro integra o programa CBF Impacta, apresentado durante a COP30. A iniciativa busca tornar o futebol brasileiro mais sustentável, social e responsável, alinhando-se ao compromisso da entidade de se tornar a primeira confederação de futebol do mundo 100% neutra em emissão de carbono até 2026.
O CBF Impacta se estrutura em três eixos — ambiental, social e de governança — e inclui ações como a implantação do projeto CBF Neutra, com metas de neutralidade e economia circular em todas as competições nacionais; a Estratégia Nacional do Futebol de Base, que amplia torneios e promove formação cidadã; e o Sistema de Sustentabilidade Financeira (Fair Play), que define critérios de transparência e responsabilidade econômica para clubes e gestores.





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