Trump alertou que mísseis Tomahawk podem provocar escalada na guerra contra a Rússia durante encontro com Zelensky na Casa Branca.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniram nesta sexta-feira (17) na Casa Branca para tratar do fornecimento de armamento à Ucrânia na guerra contra a Rússia. Trump afirmou que mísseis de longo alcance, como os Tomahawk, podem causar uma “grande escalada” no conflito, e declarou preferir que a guerra termine.
Na coletiva, Trump citou especificamente o Tomahawk e disse: “Então, vamos falar sobre Tomahawks, e preferimos que eles não precisem de Tomahawks. Preferimos que a guerra acabe”. O presidente classificou o armamento como “muito poderoso, mas também muito perigoso”, e alertou que seu uso “pode significar uma grande escalada. Pode significar que muitas coisas ruins podem acontecer. Os Tomahawks são um grande problema”.
O encontro tratou do potencial impacto do envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia, aptos a realizar ataques mais profundos no território russo. Segundo a apresentação no encontro, o Tomahawk é um míssil com alcance máximo de cerca de 2.400 quilômetros, capaz de promover ataques em profundidade.
Declarações de especialista e detalhes técnicos
O professor Sandro Teixeira Moita, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, destacou que os Estados Unidos empregam o Tomahawk desde a década de 1990, a partir da primeira Guerra do Golfo (1990), e que o projétil é um dos armamentos mais importantes do arsenal americano — podendo, inclusive, ser equipado com ogivas nucleares.
O Tomahawk é descrito como um armamento de alta sofisticação: propulsionado por um motor a jato após o lançamento, com asas que garantem sustentação, e guiado por sistema de GPS avançado que permite detonação com precisão de um a dois metros do alvo, quando operado corretamente. O míssil também apresenta facilidade de evasão de radares, beneficiada por velocidade e altitude de voo. Em média, atinge 885 km/h, cerca de 70% da velocidade do som, o que dificulta sua detecção e interceptação.
A reunião entre Trump e Zelensky voltou o foco para o delicado balanço entre reforçar a capacidade defensiva ucraniana e evitar uma possível escalada do confronto. As observações do presidente norte-americano realçam a cautela sobre o emprego de mísseis de longo alcance, enquanto especialistas apontam o alcance, precisão e letalidade técnica dos Tomahawks como fatores centrais nessa avaliação.
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