Petrobras começou a perfurar bloco 59 na Foz do Amazonas no mesmo dia em que o Ibama liberou a operação, segundo documento enviado pela empresa ao órgão.
A Petrobras iniciou a perfuração do bloco 59 na bacia da Foz do Amazonas na última segunda-feira (20), mesmo dia em que o Ibama emitiu a Licença de Operação para a atividade. A informação foi confirmada pela estatal em ofício enviado ao órgão ambiental nesta terça-feira (21).
No documento, a empresa informa que a perfuração do poço exploratório começou em 20 de outubro de 2025. O horário exato do início da operação não foi divulgado. A assinatura da licença foi registrada no sistema do Ibama às 12h14 daquele dia, pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho.
A rápida execução da atividade, iniciada no mesmo dia da liberação oficial, gerou questionamentos. Até o momento, nem a Petrobras nem o Ibama se pronunciaram sobre a velocidade com que a perfuração foi iniciada após a autorização.
O processo de licenciamento ambiental foi marcado por debates técnicos e preocupações socioambientais. O parecer do Ibama mencionou riscos à fauna marinha, incluindo espécies ameaçadas como o peixe-boi, além de destacar que os impactos sobre povos indígenas foram desconsiderados, com respaldo da Advocacia-Geral da União (AGU).
Apesar disso, o órgão ambiental concluiu que o projeto pode avançar, desde que a Petrobras cumpra 34 condicionantes, incluindo planos de proteção à fauna e flora e protocolos de resposta a emergências ambientais. A empresa também deverá investir R$ 39,6 milhões em compensações ambientais.
Um dos principais pontos de atenção destacados no parecer técnico foi a capacidade de resposta da Petrobras a vazamentos. O documento ressalta que a principal embarcação de emergência, localizada no Pará, pode levar até 55 horas para alcançar o local da perfuração. No entanto, uma outra unidade mobilizada pela empresa poderá realizar um atendimento inicial em até 26 horas.
A perfuração do bloco 59 marca mais um capítulo do avanço da Petrobras na região da Foz do Amazonas, área sensível do ponto de vista ambiental. A operação seguirá monitorada pelo Ibama, que exigirá o cumprimento das condicionantes estabelecidas para garantir a segurança da atividade.
 

 




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