São Paulo confirma 23 casos de intoxicação por metanol e cinco mortes. CPI é criada para investigar bebidas adulteradas na capital.
O governo de São Paulo confirmou, nesta quinta-feira (9), 23 casos de intoxicação por metanol no estado — três a mais que no dia anterior. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, cinco mortes foram confirmadas e outras seis ainda estão em investigação. Diante do aumento de ocorrências, a Câmara Municipal da capital aprovou a criação de uma CPI para apurar a venda de bebidas adulteradas.
Ao todo, foram registrados 171 casos suspeitos de intoxicação, dos quais 148 permanecem em análise. Outros 152 já foram descartados após exames clínicos e epidemiológicos, 41 deles apenas no último boletim divulgado.
A Vigilância Sanitária realizou novas ações de fiscalização em Diadema, onde uma adega clandestina foi alvo de operação. No local, 125 garrafas de bebidas destiladas foram interditadas, 17 apreendidas e seis tiveram o conteúdo descartado. O material retido aguarda perícia da Polícia Civil para definição sobre liberação ou inutilização.
Ainda na cidade, um supermercado foi fiscalizado e teve 511 garrafas interditadas. Na capital paulista, uma distribuidora que operava sem licença também foi fechada. Desde o início das operações contra a falsificação de bebidas, em 29 de setembro, já foram interditados 13 estabelecimentos e fiscalizados 26. As apreensões somam mais de 18,9 mil garrafas, 378 mil rótulos e 100 mil insumos.
Paralelamente às ações de fiscalização, o Ministério da Saúde confirmou a chegada ao Brasil de 2.500 ampolas de fomepizol, antídoto utilizado no tratamento da intoxicação por metanol. O medicamento foi importado da farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo, e cerca de 1.500 unidades serão distribuídas imediatamente.
São Paulo, estado com maior número de casos, receberá 288 ampolas. As demais doses serão enviadas aos outros estados e ao Distrito Federal a partir desta sexta-feira (10), enquanto mil unidades permanecerão em estoque para emergências.
CPI do Metanol:
Na quarta-feira (8), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a venda de bebidas adulteradas com metanol. O pedido foi feito pela vereadora Zoe Martínez (PL), e o grupo contará com sete membros e duração inicial de 120 dias.
O objetivo da comissão é ouvir vítimas e representantes de estabelecimentos suspeitos, responsabilizar os envolvidos, propor medidas de fiscalização mais rígidas e garantir o atendimento às pessoas afetadas. Os líderes partidários têm até 15 dias para indicar os integrantes da CPI.





0 commentarios:
Postar um comentário