Mais de mil terremotos atingem arquipélago de Tokara, no Japão, desde 21 de junho. Atividade sísmica é a mais intensa em três décadas, dizem autoridad
O arquipélago de Tokara, no sul do Japão, já contabilizou 1.031 terremotos desde o dia 21 de junho até esta quinta-feira (3). Segundo a Agência Meteorológica do Japão, trata-se da maior sequência de tremores dos últimos 30 anos na região. O abalo mais recente, de magnitude 5,5, levou as autoridades a emitirem uma ordem de evacuação temporária para os 89 moradores da Ilha Akuseki, uma das sete ilhas habitadas do arquipélago.
Epicentro e impacto do sismo mais recente
O terremoto mais forte desta quinta-feira teve epicentro entre as ilhas de Akuseki e Kodakara, a uma profundidade de aproximadamente 20 quilômetros. No dia anterior, outro tremor de magnitude semelhante também havia sido registrado. Apesar da força dos sismos, não há risco de tsunami e, até o momento, não foram relatados danos graves ou feridos.
A ordem de evacuação foi suspensa após as autoridades confirmarem que todos os moradores estavam em segurança. Ainda assim, o nível de alerta permanece elevado, com risco de colapso de estruturas e deslizamentos de terra, conforme informou Ayataka Ebita, diretor da divisão de observação de terremotos e tsunamis da agência meteorológica.
Atividade sísmica acima da média nas Ilhas Tokara
As Ilhas Tokara são um conjunto de 12 ilhas remotas, das quais sete são habitadas por cerca de 700 pessoas. A região é conhecida por seu histórico de intensa atividade sísmica. Em setembro de 2023, foram registrados 346 tremores, e em dezembro de 2021, 308. A atual sequência ultrapassa todos os registros recentes.
Por conta da gravidade da situação, o governo japonês ativou um centro de gerenciamento de crises no Gabinete do Primeiro-Ministro para monitorar a evolução dos tremores. Segundo o Secretário-Chefe de Gabinete, Yoshimasa Hayashi, não houve danos à infraestrutura ou serviços públicos, mas a vigilância foi reforçada.
Por que tantos terremotos no Japão?
O Japão está localizado sobre a junção de quatro grandes placas tectônicas, dentro do chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, responsável por cerca de 18% dos terremotos globais. O país registra aproximadamente 1.500 tremores por ano, sendo uma das nações mais propensas a eventos sísmicos no mundo.
Além das ocorrências nas Ilhas Tokara, o país convive com o temor de um “mega terremoto” na Fossa de Nankai, cuja probabilidade foi estimada entre 75% e 82% nos próximos 30 anos. Um estudo recente do governo projeta que um abalo seguido de tsunami nessa região poderia causar até 298 mil mortes e prejuízos da ordem de US$ 2 trilhões.
Boatos e previsões infundadas causam temor
O aumento da atividade sísmica também provocou especulações nas redes sociais, principalmente entre turistas estrangeiros. Um mangá relançado em 2021, que previa um grande desastre para o dia 5 de julho, reacendeu temores. A Agência Meteorológica do Japão esclareceu que tais previsões são infundadas.
“Estamos cientes de que essas histórias estão circulando, mas isso é uma farsa”, afirmou Ayataka Ebita. Ele reforçou que, com a ciência atual, não é possível prever terremotos com precisão.
Por Redação
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