Hamas promete libertar dez reféns enquanto negociações por cessar-fogo com Israel seguem em curso. Conversas enfrentam impasses no Qatar.
O Hamas anunciou nesta quarta-feira (9) que libertará dez reféns como sinal de flexibilidade nas negociações por um cessar-fogo com Israel. As conversas, mediadas no Qatar, seguem sem acordo definitivo e enfrentam obstáculos considerados graves pelo grupo palestino.
Segundo comunicado do Hamas divulgado pela imprensa internacional, os principais pontos de impasse nas negociações incluem o fluxo de ajuda humanitária, a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e garantias de um cessar-fogo permanente. O grupo afirmou estar agindo "com espírito positivo e sério" para superar os bloqueios, mas responsabilizou a "intransigência" de Israel pelas dificuldades no diálogo.
As negociações ocorrem há quatro dias. Nesta semana, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington. Trump declarou esperar um acordo de cessar-fogo “esta semana ou na próxima”, embora tenha admitido que “nada é definitivo”.
Na terça-feira (8), o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, indicou que restava apenas um ponto de desacordo entre as partes. Os Estados Unidos têm desempenhado papel ativo nos esforços de mediação.
Durante visita ao Capitólio, Netanyahu negou que Israel tenha planos de expulsar à força os palestinos da Faixa de Gaza. No entanto, declarações atribuídas ao premiê dentro do seu partido, o Likud, sugerem que a destruição de infraestrutura no território tem o objetivo de incentivar a saída da população local.
“Não estamos expulsando ninguém [...] Se as pessoas querem sair de Gaza, devem ter o direito de o fazer”, disse Netanyahu, enfatizando que não se trata de coerção.
O atual conflito começou em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em território israelense, que resultou em cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que, segundo autoridades locais controladas pelo Hamas, já deixou mais de 57 mil mortos e causou a destruição massiva do território.
Por Redação
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