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26.3.20

'Há muita incerteza', diz advogado de Ronaldinho Gaúcho preso há 20 dias

Os brasileiros estão detidos na Agrupación Especializada de la Policía Nacional, um quartel transformado em presídio de segurança máxima na capital paraguaia.

Decisão da primeira instância confirmada por um tribunal da apelação sustenta que o ex-jogador e seu irmão têm de permanecer presos enquanto durar as investigações. (Foto: Reprodução)
Decisão anunciada pela Corte Suprema de Justiça do Paraguai na quarta-feira pode complicar ainda mais a situação de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, presos em Assunção desde o último dia 6 após usarem passaportes falsos para entrar no país. Por causa da pandemia do coronavírus, foi estendida a suspensão das atividades do Poder Judiciário em todo o país até o dia 12 de abril.
Isso significa que somente serviços básicos continuarão funcionando e recursos apresentados pelos advogados dos brasileiros na tentativa de tirá-los da cadeia podem demorar ainda mais para serem julgados. "Há muita incerteza por aqui. Vamos ver como os dias passam. Devido a esse problema do coronavírus, qualquer definição é muito arriscada", disse ao Estado o advogado de Ronaldinho e seu irmão, Adolfo Marín.
Os brasileiros estão detidos na Agrupación Especializada de la Policía Nacional, um quartel transformado em presídio de segurança máxima na capital paraguaia. Para evitar a disseminação do coronavírus, estão proibidas visitas a presos no local desde a última terça-feira. Somente advogados podem entrar na cadeia. Mesmo assim, enfermeiras fazem o controle na porta do quartel. Quem apresentar problemas respiratórios, tosse, febre ou gripe é vetado. Os presos também passaram a ser examinados diariamente. O Paraguai registrava até quarta-feira três mortes e 51 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
As fronteiras do país estão fechadas, mas se Ronaldinho e o irmão conseguirem sair da cadeia eles não estariam impedidos de voltar ao Brasil. "A entrada de estrangeiros está restrita, mas a saída não é", explica a diretora do Departamento de Imigrações do Paraguai, María de los Ángeles Arriola Ramírez.
Autoridades do governo paraguaio, no entanto, não acreditam nessa possibilidade. "Tudo vai depender do tribunal e das medidas que serão aplicadas, como autorizá-lo ou não a sair do país. Mas, acho improvável que Ronaldinho volte logo ao Brasil, uma vez que o Tribunal de Apelação apontou a dificuldade de extraditá-lo se ele for para o Brasil", disse ao Estado a ministra da Justiça Cecilia Pérez.
O conteúdo dos aparelhos celulares de Ronaldinho e do irmão está sendo periciado por investigadores do Ministério Público, que esperam saber se os dois têm ou não ligação com uma organização criminosa estruturada para falsificar documentos e especializada em lavagem de dinheiro. A suspeita do Ministério Público é de que Ronaldinho Gaúcho e Assis façam parte de um amplo esquema. A quadrilha contaria com a participação de empresários e funcionários públicos para facilitar a operação de negócios ilegais no país.
Decisão da primeira instância confirmada por um tribunal da apelação sustenta que o ex-jogador e seu irmão têm de permanecer presos enquanto durar as investigações. Pelas leis paraguaias, o inquérito pode durar até seis meses.
Os juízes apontam risco de fuga e de obstrução nas investigações se os brasileiros forem transferidos para prisão domiciliar. A defesa de Ronaldinho e de seu irmão alega que os dois foram enganados e não sabiam que os passaportes tinham sido adulterados.

Por Redação/Terra

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