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26.12.25

Rússia acusa EUA de pirataria ao tentar bloquear a Venezuela

Rússia acusa os EUA de pirataria no Caribe ao tentar bloquear a Venezuela e alerta para risco de escalada da crise.

A Rússia acusou nesta quinta-feira (25) os Estados Unidos de promoverem atos de “pirataria” e “banditismo” no Mar do Caribe ao tentar bloquear a Venezuela. Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores russo, Moscou afirmou que as ações norte-americanas representam uma retomada de práticas de anarquia na região e alertou para o risco de agravamento da crise.

 

A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, comparou o bloqueio a um “roubo de propriedade alheia” e defendeu a necessidade de desescalada do conflito. Segundo ela, a Rússia espera que o “pragmatismo e a racionalidade” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contribuam para a busca de soluções aceitáveis para todas as partes, dentro das normas do direito internacional. Zakharova também reiterou o apoio de Moscou aos esforços do governo de Nicolás Maduro para preservar a soberania e os interesses nacionais da Venezuela, além de garantir um desenvolvimento estável e seguro.

 

As declarações ocorrem em meio à escalada de tensões envolvendo navios petroleiros ligados à Venezuela. Um dos episódios mais recentes envolve o petroleiro Bella 1, que foi cercado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos no último domingo (21), mas ainda não foi apreendido. De acordo com informações da Reuters, as autoridades norte-americanas aguardavam a chegada de reforços para realizar a abordagem.

 

Segundo a Bloomberg, o Bella 1 não transportava petróleo e acabou retornando ao oceano Atlântico, sem previsão de retorno à Venezuela. O navio, que é alvo de sanções, teria sido inicialmente abordado próximo a Barbados, no Caribe, e orientado a seguir para águas mais calmas devido às condições climáticas adversas. Um oficial dos Estados Unidos afirmou que há uma ordem judicial de apreensão e que a Guarda Costeira não desistiu da operação.

 

Um funcionário norte-americano ouvido pela Reuters, sob condição de anonimato, informou que agentes a bordo do porta-aviões Gerald Ford pertenciam a uma Equipe de Resposta de Segurança Marítima, mas estavam distantes demais do Bella 1 para realizar a abordagem naquele momento. Segundo a agência, a situação evidencia um descompasso entre a intenção do governo Trump de apreender petroleiros sancionados e os recursos limitados da Guarda Costeira, responsável pela maior parte dessas ações. Nas últimas semanas, dois petroleiros já foram apreendidos próximos à Venezuela, ampliando a pressão sobre o governo Maduro.

 

Ainda conforme a Reuters, a Casa Branca determinou que as forças militares dos Estados Unidos concentrem seus esforços, por pelo menos dois meses, em manter a Venezuela em um estado de “quarentena”, com foco especial no setor de petróleo.

 

A ofensiva ocorre em um contexto de relevância energética. A Venezuela possui a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, estimada em cerca de 303 bilhões de barris, segundo a Energy Information Administration (EIA). Apesar desse potencial, a produção segue limitada por problemas de infraestrutura e pelas sanções internacionais. Grande parte do petróleo venezuelano é extra-pesado, exige tecnologia e investimentos elevados, mas é considerado adequado às refinarias norte-americanas, especialmente as localizadas na Costa do Golfo.

 

Desde a imposição de sanções em 2019, compradores passaram a utilizar uma chamada “frota fantasma” de navios-tanque. A China é a principal compradora do petróleo venezuelano, que representa cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem ultrapassar 600 mil barris por dia, segundo analistas citados pela Reuters.

 

Embora o mercado global esteja abastecido, a manutenção do embargo pode retirar quase um milhão de barris diários da oferta, o que tende a pressionar os preços. As ações contra petroleiros ocorrem paralelamente a operações ordenadas por Donald Trump contra embarcações que, segundo os Estados Unidos, transportariam drogas ilegais. Desde setembro, ao menos 104 pessoas morreram em 28 ataques conhecidos. Em entrevista, a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, afirmou que o governo pretende manter a pressão até que o governo venezuelano ceda.

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