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16.7.25

Hugo Motta empregou funcionárias com rotina incompatível na Câmara

 Gabinete de Hugo Motta na Câmara tinha funcionárias com jornadas incompatíveis. Duas foram demitidas após questionamentos da imprensa.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), mantinha em seu gabinete três funcionárias com rotinas incompatíveis com as exigências do cargo de secretária parlamentar. Após ser questionado pela imprensa no início de julho, o deputado ordenou a demissão de duas delas. Os desligamentos ainda não foram publicados oficialmente pela Casa.

 

As funcionárias atuavam como secretárias parlamentares, cargo com jornada de 40 horas semanais, proibição de acúmulo de função pública e dispensado de controle de ponto biométrico. No entanto, suas atividades paralelas e locais de residência indicam incompatibilidade com as exigências do cargo.

 

Gabriela Pagidis, fisioterapeuta e filha da ex-chefe de gabinete de Motta, atende pacientes em clínicas de Brasília durante os dias úteis. Ela declarou atuar na organização da agenda do gabinete, mas realiza atendimentos e frequenta academia em horários que conflitam com uma jornada pública integral. Seu salário atual é de R$ 11,5 mil brutos, além de R$ 1,8 mil em auxílios.

 

Louise Lacerda, estudante de medicina em período integral em João Pessoa (PB), também figura como secretária parlamentar desde 2018. Filha do ex-vereador Marcílio Lacerda, do Republicanos-PB, ela manteve vínculo com o gabinete mesmo enquanto cursava medicina em tempo integral em outra cidade.

 

Monique Magno, terceira funcionária, é assistente social da prefeitura de João Pessoa desde 2021, com jornada de 30 horas semanais. Simultaneamente, recebe salário da Câmara. A prefeitura informou que não foi notificada de outro vínculo público por parte da servidora. Em declaração judicial, Monique omitiu seu cargo na Câmara ao solicitar gratuidade de justiça.

 

As três já receberam juntas, só em 2024, mais de R$ 112 mil em salários, gratificações e auxílios. Nenhuma das funcionárias detalhou publicamente as atividades exercidas no gabinete de Motta.

 

Questionado, o deputado afirmou por meio de nota que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete, incluindo os que atuam de forma remota e são dispensados do ponto dentro das regras estabelecidas pela Câmara”. No entanto, o gabinete se recusou a fornecer registros de frequência ou detalhar funções exercidas pelas funcionárias.

 

Além dos três casos, o gabinete do deputado também emprega Maria do Carmo Brito, ex-sogra de seu pai, que recebe R$ 2.900 brutos, mais R$ 1.800 em auxílios, acumulando com aposentadoria de R$ 3.000 como auxiliar de enfermagem. Em 2021, ela declarou não ter renda além da aposentadoria em processo judicial.

 

Hugo Motta está na Câmara desde 2011. As contratações das funcionárias com rotinas incompatíveis ocorreram a partir de 2017 e se estendem até os dias atuais, com vínculos familiares e políticos entre os servidores e o deputado.

 

Por Redação

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