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27.2.23

Lagosta azul rara é encontrada pela segunda vez no Brasil, em Alagoas

 O achado foi publicado em uma revista científica eletrônica, com informações técnicas e a geolocalização com as coordenadas do local.

Era para ser um dia de pesca como outro qualquer, mas um pescador da cidade de Maragogi, no Norte de Alagoas, tomou um susto ao puxar a rede na segunda-feira (20), em pleno carnaval. Junto com os peixes, ele encontrou uma lagosta azul, espécie rara e com apenas dois registros no Brasil, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O animal foi devolvido ao mar após a foto.

"O pescador [cuja identidade não foi informada] ao puxar sua rede de pesca se deparou com a lagosta azul. A [pesca] lagosta está proibida por causa do período de defeso. Ele saiu para pescar peixes e encontrou a lagosta que foi puxada de forma acidental. Eles fotografaram e devolveram ao mar porque já sabiam da repercussão sobre o primeiro animal encontrado anos atrás", disse o secretário de Turismo de Maragogi, Diego Vasconcelos.

O g1 entrou em contato com o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Sampaio, biólogo e doutor em zoologia. Segundo ele, é o segundo registro dessa espécie no Brasil e ambos foram feitos em Maragogi. O primeiro foi feito na praia de Barra Grande em 2019. O achado foi publicado em uma revista científica eletrônica, com informações técnicas e a geolocalização com as coordenadas do local.

O professor explicou que a cor azul em crustáceos pode estar associada a uma mutação de um gene que codifica o colorido característico de cada espécie. Mas em lagostas, a causa ainda é desconhecida.

"Não conhecemos nada sobre as consequências do colorido azul nas lagostas, pode ser que estejam se reproduzindo, embora as duas capturadas (as únicas conhecidas) eram pequenas, possivelmente não tinham atingindo a maturidade sexual", explicou.

Sampaio informou ainda que as lagostas vivem em ambientes recifais, corais e bancos de algas calcárias, muito comuns na costa alagoana. Isso pode explicar a aparição no litoral do estado.

O professor alerta sobre o período de defeso atual das lagostas, que vai até o mês de abril, quando é proibido a pesca, transporte e beneficiamento.

"Caso capture acidentalmente uma lagosta, solte no mesmo local. Em caso de capturas de novas lagostas azuis (e outros organismos curiosos), recomenda-se entrar em contato com centros de pesquisa, ONGs e a Universidade. No caso de ocorrer em uma unidade de conservação, como a APA Costa dos Corais, os gestores do ICMBIo devem ser avisados", disse o pesquisador.

O secretário de Meio Ambiente informou que vai reforçar junto aos pescadores do município a importância de não capturar lagostas e, em casos acidentais, devolvê-las ao mar.

"Hoje o que a gente pode fazer é conscientizar a população de pescadores a não pescar o animal para ver se ela [a lagosta azul] se reproduz e a gente possa ter o aparecimento dela com maior frequência", disse Diego Vasconcelos.

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