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11.7.22

Mãe e padrasto são suspeitos de matar menino de 10 anos: ‘É muito triste’, diz avó

 Um casal foi preso este fim de semana, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, suspeito do assassinato de uma criança de 10 anos.

Testemunhas contaram para a polícia que Kauã Almeida Tavares sofria agressões dentro de casa: ‘Foi violentado fisicamente pela mãe, levando uma surra com cabo de vassoura’, diz o delegado Fábio Asty. Casal foi preso temporariamente. Os dois negam as acusações.

Um casal foi preso este fim de semana, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, suspeito do assassinato de uma criança de 10 anos. Os suspeitos são o padrasto e a mãe biológica de Kauã Almeida Tavares. Para encobrir o crime e despistar a polícia, eles teriam ainda simulado uma cena de suicídio, como se o menino tivesse tirado a própria vida.

Polícia Civil prende mãe e padrasto suspeitos pela morte de bebê de 1 ano no RJ

“O meu neto tinha 10 anos, era uma criança linda, abençoada. Aonde ele ia, ele fazia amizade. Então, eu acho que ele não faria isso com ele mesmo. Não tirava vida, tirar sua própria vida”, diz Renata Silva da Conceição, avó de Kauã.

Era dia 17 de março de 2022, um sábado à tarde. Na casa com o garoto, estavam apenas a mãe, Suelen, o padrasto Alan e o irmão caçula do menino, uma criança de 3 anos. Em depoimento, prestado naquele mesmo dia, Alan disse que tinha ido até a cozinha beber água e que, ao olhar para o quarto, viu Kauã pendurado, com os joelhos dobrados, pés encostados no chão e com uma corda no pescoço, e que a corda estava presa na tranca da janela.

O padrasto diz que Kauã ainda estava vivo e que ele e Suelen tentaram socorrer a criança. Eles moravam numa casa no bairro Marambaia, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. A menos de três quilômetros da casa existe uma unidade de emergência: a UPA de Manilha. O trajeto – de carro – levaria 10 minutos. Mas Alan acabou dirigindo até o município vizinho: levou o menino para uma UPA em São Gonçalo - um trajeto mais longo.

“Uma criança numa situação daquela, ainda com vida, seria razoável que se levasse para um local mais próximo. E, além disso, eles disseram que a criança tinha vomitado dentro do carro e as testemunhas e a perícia comprovaram que não houve nenhum tipo de vômito dentro do veículo”, diz o delegado Fábio Asty.

O menino não resistiu. Os médicos da UPA disseram que ele já estava sem vida. Durante toda a investigação da polícia, tanto a mãe quanto o padrasto contaram a mesma história: de que o garoto teria se enforcado com a guia do cachorro da família. Mas a tal guia nunca foi encontrada pelos investigadores. Semanas depois da morte de Kauã, Alan e Suelen se mudaram da casa.

Mas a versão do casal não se sustentou por muito tempo. O laudo da perícia e a reprodução simulada revelaram que a criança não tinha morrido por enforcamento. Segundo a polícia, a história de suicídio não passava de uma grande mentira. A necrópsia feita no menino identificou lesões no pescoço, na nuca e na região cervical.

“As marcas encontradas no pescoço não condizem com o enforcamento. Mas, sim, com uma esganadura praticada pelos dedos das mãos. Isso é uma prova técnica irrefutável que não houve enforcamento, não houve suicídio”, afirma o delegado Fábio Asty.

O Fantástico mostrou os laudos para dois peritos independentes, que não têm ligação com as investigações do caso. Os dois concordaram com a polícia: de que não houve suicídio.

“Ele não teria como alcançar a corda lá em cima na janela e também, de onde saiu essa esganadura no pescoço, esses sinais de esganadura? Ninguém se esgana sozinho. Acredito que quando ele foi pendurado, ele já estivesse morto”, diz o médico legista Júlio César Cury.

Na reprodução simulada, de acordo com a polícia, o casal também caiu em contradição. Quando os investigadores perguntaram onde a criança foi encontrada, eles teriam apontado posições diferentes.

“Ela apresenta de um lado da janela, o pino colocado. Ele contradiz com outro lado. E, além disso, a posição em que a criança teria sido encontrada por eles enforcada. Uma posição totalmente irrazoável com o enforcamento”, afirma o delegado.

Neste sábado (9), Alan Ferreira da Silva e Suelen da Conceição Almeida foram presos temporariamente. Os dois negam as acusações. O casal está junto há três anos. Os dois filhos de Suelen eram fruto de relacionamentos anteriores. Testemunhas contaram para a polícia que Kauã sofria agressões dentro de casa.

“Há relatos de testemunhas de que certa vez o Kauã foi violentado fisicamente pela mãe, levando uma surra com cabo de vassoura. Ele também tinha uma violência psicológica, sofrer essas violências físicas constantemente. E a gente não tem dúvida que a razão da sua morte foi nesse destempero praticado pela Suelen e também pelo padrasto Alan”, diz o delegado Fábio Asty.

A mãe de Suelen, avó do menino, diz que uma professora de Kauã contou que ele reclamava de cansaço por conta de tarefas domésticas.

“Ela falou que ele fazia as coisas, tarefas dentro de casa: lavava louça, passava roupinha dele, cuidava do irmão e a mãe dele só dormia. Falou que ele era obrigado a fazer isso”, conta Renata Silva da Conceição.

A investigação agora continua para saber exatamente o que aconteceu no dia da morte de Kauã e determinar a conduta de cada um dos envolvidos na cena do crime.

“É uma dor que você não tem noção. Eu trabalho e vem a lembrança do meu neto, o que aconteceu. Muito triste para mim, mãe, saber que Deus deu um poder para ela para ela ser mãe e tirar a vida do meu neto. É muito triste! É muito triste. Não tenho palavras. Eu não tenho palavras”, lamenta Renata.

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