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8.4.19

Homem morre após militares do Exército atirarem mais de 80 vezes em carro no Rio de Janeiro

O sogro da vítima também foi baleado e precisou ser hospitalizado. Um pedestre que passava no local ficou ferido ao tentar ajudar.


A esposa e o filho de 7 anos de Evaldo e uma mulher não se
feriram. (Foto: Reprodução)
Um homem identificado como Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu e duas pessoas ficaram feridas em uma ação do Exército na região da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, na tarde deste domingo (7).
Militares dispararam ao menos 80 vezes contra o carro em que estava Evaldo e sua família em Guadalupe, segundo peritos da Delegacia de Homicídios. O sogro da vítima também foi baleado e precisou ser hospitalizado.
Cinco pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê. A esposa e o filho de 7 anos de Evaldo e uma mulher não se feriram. Um pedestre que passava no local ficou ferido ao tentar ajudar.
A Polícia Civil realizou a perícia no local porque os militares tiveram dificuldade em realizá-la, devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime, segundo o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios da Capital. Mas os envolvidos na ação foram ouvidos em uma delegacia militar, não civil.
Militares atiraram por engano contra a família, segundo relatos de testemunhas e parantes. O Comando Militar do Leste (CML) primeiro negou ter atirado contra uma família e disse ter respondido a uma "injusta agressão" de "assaltantes".
À noite, em outra nota, p CML informou que o caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar.
Uma amiga da família, que estava dentro do carro, contestou a versão do Exército e afirmou que os militares não fizeram nenhuma sinalização antes de abrir fogo contra o veículo. Sem querer se identificar, ela disse que Evaldo dirigia o carro.
"Tinha um morador passando aqui na hora, que tava aqui no meio, foi tentar ajudar o padrasto e também foi atingido no peito", afirmou a amiga, que estava indo junto com a família a um chá de bebê.
Em nota, o CML afirmou que, às 14h40, se deparou com um assalto em andamento nas imediações do "Piscinão de Deodoro", em Guadalupe.
"Ao avistarem a patrulha, os dois criminosos, que estavam a bordo de um veículo, atiraram contra os militares, que por sua vez responderam à injusta agressão. Como resultado, um dos assaltantes foi a óbito no local e o outro foi ferido, sendo socorrido e evacuado para o hospital".
Os militares informaram ainda que uma pessoa que passava pelo local foi ferida. "Informações preliminares dão conta de que o cidadão inocente ferido está fora de perigo. A ocorrência permanece em processamento, tendo todas as providências legais decorrentes sido tomadas".
"Não tinha blitz, não tinha arrastão, não tinha vestígio de nada, tava normal. A gente tá sem entender até agora", disse a amiga da família.
Polícia militar vai investigar
À noite, foi enviada outra nota, informando que o Comando Militar do Leste determinou que todos os militares e testemunhas sejam ouvidos na Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Ainda segundo a nota, o Ministério Público Militar está supervisionando os depoimentos.
A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil realizou perícia no local e ouviu testemunhas, mas o militares já haviam saído. À TV Globo, o delegado Leonardo Salgado disse que os indícios são de qua a ação foi "precipitada" e que precisa ser "bem apurada".
Despedida
Conhecido como Manduca, Evaldo era músico e segurança. O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e deve ser enterrado nesta segunda.
Nas redes sociais, o grupo Remelexo da Cor postou uma homenagem. "Olho pro céu e peço a Deus / Que mande a paz do sentimento verdadeiro dos mortais / Aqui embaixo o pesadelo está, demais, demais / Demais, demais, demais😢😔 Neste domingo perdemos um grande amigo ,o primeiro cavaquinista do Grupo Remelexo da Cor (Manduca). Deixamos aqui um abraço é nosso sentimento para todos familiares".
Ataque a militares
Pela manhã, uma equipe do CML foi atacada por criminosos próximo à favela do Muquiço. Os militares informaram que o caso não tem nada a ver com o veículo atingido por vários disparos nesta tarde de domingo (7).
Morte em blitz do Exército
Na madrugada de sábado (6), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, um jovem de 19 anos foi morto durante uma blitz do Exército. Christian Felipe Santana estava na garupa da moto com um amigo, que havia tentado fugir da blitz, o que provocou a reação dos militares.
Segundo o sobrevivente, que conduzia a moto e também foi baleado, um dos soldados disse que o tiro acertou o jovem porque o fuzil "estava torto" e ele queria acertar o pneu. Christian foi enterrado na tarde de sábado. Neste domingo, a família dele protestou na Vila Militar.
"Meu filho era estudioso, meu filho se formou com 17 anos de idade, terminou o segundo grau. Ele não estava fazendo faculdade ainda porque eu estava desempregada", disse a mãe de Christian.
Em nota, o Comando Militar chamou os jovens de "criminosos" e disse que, além de furar o bloqueio, eles lançaram os veículos sobre os militares, que reagiram.

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