Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) disputarão segundo turno, no dia 28 de outubro.
O resultado das eleições no Brasil deste domingo (7) repercutiu em sites, jornais e emis-
soras de fora no país. Os veículos tentam analisar os fatores que contribuíram para que Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) fossem para o segundo turno, no dia 28 de outubro.
Veja a repercussão na imprensa internacional:
No site do jornal americano, Bolsonaro aparece na primeira página, como o candidato que
“vai para o segundo turno, depois de não ter vencido (em 1º turno)”. O “New York Times”
afirma que os brasileiros se inclinam para o candidato, porque estão “fartos de corrupção
e violência”, e que expressaram desgosto com a “política de costume”.
Segundo o jornal, “Bolsonaro surpreendeu o establishment político ao subir ao topo de um
campo presidencial lotado, apesar de uma longa história de comentários ofensivos sobre
mulheres, negros e gays”. A publicação afirma que os dois candidatos para o segundo
turno “representam visões radicalmente diferentes para o Brasil, a quarta maior democracia
do mundo, onde os esquerdistas conquistaram a presidência em todas as eleições desde 2002”.
O jornal mexicano “Excelsior” afirma que Bolsonaro conseguiu mais apoio do que o
dois candidatos que foram para o segundo turno.
“O primeiro turno desenha um mapa geográfico eleitoral do Brasil muito dividido entre o
nordeste, como campo da esquerda e de população de renda baixa, que votou pelo
socialista, e o sul, sudeste e centro, as regiões mais ricas, marcadamente conservadores”,
diz o texto.
O tema foi destaque na primeira página do site do “El Clarín”, que observa que Bolsonaro
tem “ampla vantagem” sobre Haddad e que essa diferença representa uma tendência
para o segundo turno. Segundo o jornal, a liderança de Bolsonaro era previsível e, com a
diferença de votos em relação a Haddad, “é possível prever uma vitória do ex-militar no
domingo 28”.
O jornal conta ainda sobre o alívio na campanha de Haddad pelo fato de Bolsonaro não ter
vencido no primeiro turno.
A emissora britânica diz na primeira página de seu site que “o sucesso de Jair Bolsonaro e
seu partido marca uma mudança sísmica na política do Brasil”. A BBC analisa o resultado
da eleição legislativa, observando que o PSL de Bolsonaro era “insignificante” e que agora
“está prestes a se tornar a maior força do Congresso”.
A emissora cita também a rejeição ao PT: “O político [Bolsonaro] e o PSL enfrentam uma
onda de revolta crescente com o Partido dos Trabalhadores, que seus partidários culpam
por uma recessão prolongada, aumento do crime violento e corrupção generalizada na maior economia da América do Sul”.
O jornal espanhol diz que “Jair Messias Bolsonaro, o defensor dos valores mais retrógados,
esses que cada vez com mais força se destacam sem freios pelo mundo, ambiciona a
presidência do país sul-americano”. De acordo com o “El País”, “apenas uma reviravolta
radical, quimérica no 28 de outubro impedirá que a extrema-direita governe a partir de 1 de
janeiro”.
O texto diz que agora os candidatos que perderam devem declarar seus apoios e que um
silêncio “será interpretado como um apoio tático ao projeto do ultraconservador”.
A chamada do site do jornal italiano para a reportagem sobre o Brasil diz: “Jair Bolsonaro,
o nostálgico da ditadura a um passo da vitória”. No texto, o “Corriere” afirma que o candidato
do PSL esteve perto da vitória em primeiro turno e conquistou a maioria dos eleitores
brasileiros com “uma nova política baseada nos algoritmos das redes sociais, um programa inexistente e nenhuma classe ou partido dominante por trás”.
O jornal francês afirma que o Brasil nunca esteve tão divido em uma eleição e atribui a
liderança de Bolsonaro à “sua postura dura em relação à insegurança e porque sua carreira
é livre de corrupção, enquanto o PT está envolvido em um dos maiores escândalos de
corrupção descobertos na história do país”.
O “Le Monde” também observa que o candidato do PSL tem uma grande rejeição do
eleitorado. “Muitas pessoas não acreditam na promessa de campanha do candidato de
respeitar os ideais democráticos”, diz o texto.
O canal russo feito em inglês também observa que essas eleições são vistas como as
mais polarizadas desde o fim do regime militar no Brasil. O RT noticia que haverá segundo
turno, “depois de [Bolsonaro] quase conseguir 50% dos votos na primeira rodada”.
O canal chama o candidato do PSL de "Trump dos trópicos", numa comparação com o
presidente americano. “Bolsonaro montou uma onda de sentimento anti-establishment no
Brasil para registrar um crescimento sem precedentes no apoio popular, não diferente do
que fez Donald Trump em 2016”, diz.
G1
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