Pesquisadores da UFPB identificam Triclavitermes catoleensis, cupim nativo da Caatinga, reforçando a biodiversidade do Semiárido.
Uma nova espécie de cupim, chamada Triclavitermes catoleensis, foi descoberta em Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, por pesquisadores do Laboratório de Termitologia (LabTermes) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Fapesq-PB e o CNPq. A espécie, típica da Caatinga, tem papel ecológico importante e não representa risco como praga urbana.
A pesquisa identificou o Triclavitermes catoleensis a partir de coletas realizadas em diversos municípios do Nordeste, incluindo Paraíba, Pernambuco, Piauí, Ceará e Bahia, sendo Catolé do Rocha a localidade-tipo. No município, os pesquisadores coletaram os exemplares no Monte Tabor, pequeno fragmento de mata conservada dentro da cidade.
Segundo o coordenador do estudo, Prof. Dr. Alexandre Vasconcellos, a descrição de uma nova espécie é essencial para ampliar o conhecimento sobre a diversidade de cupins no Semiárido nordestino. Ele destaca que o achado reforça a riqueza da biodiversidade da Caatinga e a necessidade de conservar esses ecossistemas.
Diferente dos cupins urbanos, que causam danos a madeira e móveis, o Triclavitermes catoleensis é silvestre e se alimenta de detritos vegetais em decomposição, contribuindo para a fertilidade do solo. O gênero recebeu esse nome devido à ornamentação da armadura de sua válvula entérica, estrutura intestinal que lembra clavas medievais.
O estudo utilizou métodos manuais de coleta, analisando solo, troncos, galhos, folhas secas e cupinzeiros. Após preservação em etanol, os cupins foram examinados em microscópio, avaliando principalmente características do intestino, cabeça e pernas, até a constatação de que se tratava de um novo gênero e espécie.
A primeira amostra da espécie havia sido coletada em 2000, em Campina Grande, mas somente após 25 anos foi possível descrevê-la formalmente. Para Vasconcellos, isso demonstra a importância das coleções científicas para o estudo e preservação do patrimônio biológico.
Além de Alexandre Vasconcellos, participaram da pesquisa os pesquisadores Renan Rodrigues Ferreira, Antônio Carvalho, Emanuelly Félix de Lucena e Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueiredo.
O estudo evidencia o potencial de fragmentos de mata urbana para novas descobertas científicas e reforça a importância da proteção da biodiversidade da Caatinga, um bioma rico e ainda pouco explorado.





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