Bolsonaro teve duas lesões com câncer de pele retiradas e seguirá em acompanhamento clínico. Ele cumpre prisão domiciliar após condenação no STF.
Exames realizados em Jair Bolsonaro (PL) identificaram câncer de pele em duas das oito lesões retiradas do ex-presidente. Ele seguirá em acompanhamento clínico e reavaliações periódicas, informou boletim médico divulgado nesta quarta-feira (17).
As análises confirmaram a presença de carcinoma de células escamosas, um tipo de câncer de pele classificado como intermediário — não totalmente benigno nem altamente agressivo. As lesões estavam localizadas no braço e no tórax.
Segundo o médico Cláudio Birolini, a retirada da lesão “in situ” é considerada curativa, dispensando tratamentos adicionais como quimioterapia. No entanto, Bolsonaro deverá ser reavaliado periodicamente para verificar a possível aparição de novas lesões suspeitas.
O ex-presidente havia sido internado no domingo (14) após apresentar crises de vômito e soluços, mas a ida ao hospital não tinha relação com o procedimento dermatológico. Ele recebeu alta nesta quarta-feira (17), em Brasília. Além das lesões, exames apontaram persistência de anemia e alterações na função renal.
Birolini explicou ainda que os episódios de soluço, intensificados após a facada sofrida em 2018, podem gerar crises de vômito. Bolsonaro também realizou ressonância magnética para investigar sintomas de tontura, sem detecção de alterações graves.
Contexto político e jurídico
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após descumprir medidas cautelares no inquérito da trama golpista. Na semana passada, ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Aliados do ex-presidente têm usado seu estado de saúde como argumento para reforçar a necessidade de manutenção da prisão domiciliar. Segundo relatos, Bolsonaro demonstra abatimento e teme ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde avalia não ter acesso ao tratamento adequado.
Os advogados do ex-presidente devem apresentar novo pedido ao STF para que a pena em regime fechado seja cumprida em casa, citando riscos à saúde caso ele seja enviado a um presídio ou sala da Polícia Federal.
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