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7.10.23

Entenda por que conselheiros do Flamengo pedem CPI contra Landim

 Mais de 25 conselheiros, dentre eles o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, solicitaram abertura de CPI contra atual gestão por valores gastos em multas rescisórias de treinadores

A premissa que não há semana tranquila no Flamengo se confirma cada vez mais em 2023. Nesta sexta-feira (6), 23 conselheiros do clube protocolaram um requerimento para abertura de uma CPI (Comissão Provisória de Inquérito) no Conselho Deliberativo. O motivo? A quantia de R$ 46,6 milhões gastas com multa rescisórias dos treinadores demitidos na gestão encabeçada pelo presidente Rodolfo Landim, que podem ser consideradas uma infração no estatuto.

Alguns dos 23 conselheiros são nomes conhecidos no Rubro-Negro, casos dos ex-presidentes Eduardo Bandeira de Mello e Márcio Braga, dupla que tem uma chapa de oposição na próxima eleição do clube e assinaram o documento solicitando a CPI, junto dos conselheiros e outrora candidatos à presidência Walter Monteiro e Ricardo Hinrichsen.

Eles utilizam como base o segundo parágrafo do artigo 69 do Estatuto do Flamengo, que responsabiliza presidentes e vice-presidentes por “prejuízos e atos lesivos ao patrimônio”, como nos casos dos técnicos demitidos e ressarcidos com as multas rescisórias.

§ 2º – os presidentes e vice-presidentes dos Poderes do FLAMENGO respondem pelo abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, bem como pelos prejuízos e atos lesivos ao patrimônio e imagem do FLAMENGO, que causarem quando procederem com culpa no desempenho de suas funções, nos termos do art. 50, do § 2º do art. 1.011 e do artigo 1.016, todos do Código Civil, inclusive com a sujeição de seus bens particulares e mesmo após o término de seus mandatos.

Os R$ 46,6 milhões foram gastos ao demitir os treinadores:

  • Domenéc Torrent (11,4 milhões em 2020),
  • Rogério Ceni (3 milhões em 2021),
  • Paulo Sousa (7,7 milhões em 2022),
  • Vítor Pereira (15 milhões em 2023)
  • Jorge Sampaoli (9,5 milhões em 2023) – este, o mais recente, com saída anunciada na última semana após perder a final da Copa do Brasil.

O grupo questiona a falta de transparências desses valores porque, oficialmente, o Flamengo nunca divulgou essas quantias. Ainda passaram pelo cargo de técnico na gestão atual Abel Braga, Renato Gaúcho e Dorival Júnior, saindo do clube sem a necessidade do pagamento de multa.

No documento, ainda é criticada a permanência de Marcos Braz, vice-presidente de futebol, responsável pelo dia a dia com os jogadores e por ser a ponte entre a diretoria e o elenco, citando o caso recente da briga com um torcedor em um shopping. O Conselho Deliberativo ainda analisará a abertura da CPI, que já foi protocolada.

Em nota, o clube se defendeu das acusações alegando não caber inquérito porque a contratação e demissão de treinadores são de decisão do presidente, segundo o estatuto do clube. Ainda citou uma demissão feita pela gestão anterior, de Bandeira de Mello, entre 2013 e 2018, quando no primeiro ano demitiu Dorival Júnior e postergou uma multa que só seria paga em 2020, já com Landim no cargo.

A próxima eleição no Flamengo só acontece em dezembro de 2024 e terá disputa entre a situação de Landim contra a oposição de Bandeira de Mello e Márcio Braga para o triênio 2025/26/27. A atual gestão está no clube desde 2019.

“Politicagem pequena”: Confira o que diz o Flamengo em nota sobre a possível CPI

Esse é mais um ataque da oposição que, tentando ferir a gestão atual, ataca o próprio Flamengo.

Não cabe inquérito por conta de pagamento multa rescisória decorrente de demissão de treinador, porque, pelo Estatuto do Flamengo, a admissão e a demissão de treinadores são prerrogativas do presidente do Clube. Todos sabem, no Flamengo, que o presidente do clube tem plenos poderes estatutários em relação a contratos e distratos de prestação de serviço do Futebol. Podemos até, um dia, mudar o estatuto, mas desde sempre foi assim e só mesmo ataques políticos patéticos e oportunistas podem justificar esse pedido de inquérito.

É bom que se diga que, se fosse possível abrir inquérito, deveria ser aberto em face à gestão anterior do clube, que demitiu o treinador Dorival Júnior em 2013 (um dos 14 treinadores da gestão anterior) e não pagou a multa rescisória devida, gerando uma indenização de aproximadamente 14 milhões de reais (em valores históricos), que teve que ser paga em 2020 pela gestão atual. Ou seja, a maior indenização de treinador paga por esta gestão foi derivada da inépcia da gestão anterior – e não se viu pedido oportunista de inquérito.

Aos rubro-negros, fica a mensagem que a hora agora é de trabalho árduo para retomar o caminho das grandes vitórias as quais nos acostumamos nestes últimos quatro anos. Chega de politicagem pequena. O Flamengo é muito maior do que isto.

Por Trivela

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