Segundo o coordenador de Promoção da Cidadania LGBT de João Pessoa, Roberto Maia, das 80 pessoas, apenas 32 foram selecionadas por se encaixaram no perfil, como ter acima de 18 anos e ensino médio completo
Quando você pensa em travesti e transexual, qual a primeira palavra que vem à mente? Se você pensou em prostituição saiba que é apenas mais uma das milhares de pessoas que enxergam nesse grupo um mundo de promiscuidade. Porém, em João Pessoa, essa realidade está mudando.
Um projeto do Programa Transcidadania JP, da Prefeitura de João Pessoa, está ajudando a mudar a realidade de muitas travestis e transexuais da Capital. Por meio de uma parceira com a Contax, empresa de telemarketing, foram criadas vagas para esse público ser inserido no mercado de trabalho.
Segundo o coordenador de Promoção da Cidadania LGBT de João Pessoa, Roberto Maia, 80 pessoas entre travestis, transexuais, homens e mulheres trans, se cadastraram para concorrer às vagas ofertadas pela empresa. O cadastramento foi encerrado no dia 24 de fevereiro.
“Das 80 pessoas, apenas 32 foram selecionadas por se encaixaram no perfil exigido pela empresa: ter acima de 18 anos e ensino médio completo. Elas passarão por uma seleção na empresa, já concorrendo às vagas. Essa é apenas uma das várias ações do programa objetivando mudar essa realidade”, falou o coordenador.
Para o convívio com as travestis e transexuais, segundo Maia, os funcionários da empresa passaram por um treinamento de quatro meses. “Em algumas empresas públicas e privadas já se estabeleceu um padrão de respeito no atendimento, com uso de nome social e tratamento civilizado. Na Contax, o treinamento ocorreu com funcionários desde a portaria até o RH [Recursos Humanos]. Essa iniciativa nossa virou referência e vai ser adotada em outras filiadas da empresa no Brasil e até no exterior”, disse.
O preconceito e a discriminação ainda são as principais causas de exclusão das travestis e transexuais na hora de ingressarem no mercado de trabalho formal. “A verdade é que o mercado de trabalho é duro com esse grupo de pessoas que, muito frequentemente, encontra na prostituição o sustento. Ainda que elas queiram arranjar um emprego com rotina, horário de trabalho e carteira assinada, o preconceito fica evidente quando elas se candidatam a uma vaga”, lembrou Maia.
O coordenador explicou que o Programa Transcidadania JP, está firmando parcerias com outras empresas na perspectivas da abertura do mercado de trabalho para as trans e travesti serem aceitas com o nome social, como outra pessoal qualquer.
Portal Correio
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