Ao menos 188 jornalistas foram mortos em Gaza desde outubro de 2023, superando as baixas registradas nas duas Guerras Mundiais.
Ao menos 188 jornalistas foram mortos em Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023. O número já supera as mortes registradas entre profissionais da imprensa durante as duas Guerras Mundiais.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), até 12 de agosto o total de vítimas era de 184, mas subiu após quatro repórteres morrerem em um ataque israelense nesta segunda-feira (25) ao hospital Naser, em Khan Yunis. Entre as 188 vítimas, estão 23 mulheres e 165 homens.
A Freedom Forum, organização dedicada à defesa da liberdade de expressão, aponta que 67 jornalistas foram mortos na Segunda Guerra Mundial e apenas dois na Primeira, em um período de dez anos.
Mais de 180 jornalistas em Gaza morreram em ataques israelenses, de acordo com o CPJ. Israel, no entanto, nega que profissionais da imprensa sejam alvo deliberado. O governo de Benjamin Netanyahu chegou a acusar, sem apresentar provas, o repórter da Al Jazeera Anas al-Sharif de ligação com o Hamas.
Além das mortes, 90 jornalistas foram presos por Israel desde o início do conflito. Desses, 55 já foram libertados e 35 seguem detidos. Pelo menos 12 estão sob detenção administrativa, regime que permite prisão sem acusação formal por até seis meses.
Mortes recentes:
Na manhã desta segunda-feira (25), quatro jornalistas foram mortos em dois ataques aéreos, que também deixaram outras 11 vítimas fatais. As mortes atingiram profissionais de veículos internacionais: Hossam al-Masri (Reuters), Mohammed Salama (Al Jazeera), Miriam Abu Daqa (freelancer da Associated Press) e Moz Abu Taha (NBC). Outro repórter da Reuters ficou ferido.
A Reuters afirmou estar "devastada" com o ataque e pediu ajuda de Israel e autoridades palestinas para retirar o jornalista ferido de Gaza. Até o momento, o Exército israelense não comentou.
O conflito teve início após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e 251 pessoas sequestradas. Desde então, mais de 61 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local.
O ano de 2024 já é o mais letal para jornalistas desde que o CPJ começou a coletar dados, há mais de três décadas. Foram 124 mortos apenas no último ano, superando o recorde anterior de 113 em 2007, na guerra do Iraque.
A Associação da Imprensa Estrangeira pediu explicações imediatas a Israel e ao gabinete do primeiro-ministro. “Exigimos que Israel cesse de uma vez por todas sua prática abominável de atacar jornalistas”, declarou a entidade em comunicado.
Por Redação
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