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3.7.25

Bolsonaro cancela agendas em julho por questões de saúde

 Com crises de soluços e esofagite, Bolsonaro entra em repouso absoluto em julho; decisão ocorre em meio à pressão por sucessor político

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta terça-feira (1º) a suspensão de todas as suas agendas públicas ao longo do mês de julho. A decisão médica determina "repouso absoluto" devido a problemas de saúde que incluem crises de soluços, vômitos e esofagite. Segundo comunicado assinado pelos médicos Claudio Birolini e Leandro Echenique, a medida visa garantir a recuperação total de Bolsonaro após uma cirurgia abdominal, internação prolongada, episódio de pneumonia e novos sintomas recorrentes.

 

A condição do ex-presidente se agravou nos últimos dias, levando-o a realizar uma endoscopia nesta quarta-feira (2), que confirmou o diagnóstico de esofagite. O tratamento medicamentoso será intensificado, com orientações médicas para moderação da fala, dieta controlada e repouso familiar.

 

Bolsonaro, de 70 anos, já havia passado 21 dias internado em abril, após mal-estar durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. Desde então, vinha relatando cansaço, dificuldades para dormir e sintomas persistentes que o impediram até mesmo de discursar com naturalidade.

 

A pausa ocorre em meio à crescente pressão de aliados e do meio político para que ele indique um sucessor com vistas às eleições de 2026. Na manifestação da avenida Paulista, no último fim de semana, marcada por um público menor do que os atos anteriores, Bolsonaro evitou falar diretamente sobre a sucessão, mas fez declarações que reforçaram sua influência no cenário político.

 

"Se vocês me derem, na ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil", afirmou o ex-presidente, que está inelegível por decisões do TSE e é réu em ações no Supremo Tribunal Federal.

 

No mesmo ato, estavam presentes governadores apontados como possíveis herdeiros políticos do ex-presidente: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Jr. (PR) e Ronaldo Caiado (GO). Todos já sinalizaram apoio a Bolsonaro e, em alguns casos, chegaram a prometer indulto em caso de eventual vitória nas urnas.

 

Nos bastidores, porém, a hesitação em indicar um nome agora é vista como estratégia para manter sua base mobilizada e preservar o capital político, considerado essencial para sua defesa jurídica. Interlocutores relatam que Bolsonaro vê com desconfiança os movimentos antecipados de sucessão e se mostra irritado com pressões externas, inclusive do empresariado e de partidos da direita.

 

O próximo ato público bolsonarista está marcado para 7 de setembro. Organizadores esperam uma grande mobilização, aproveitando o peso simbólico do feriado da Independência para tentar recuperar o fôlego político do ex-presidente.

 

Por Redação

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