A cria, que nasceu no início de fevereiro, morreu 14 dias depois de ter demonstrado comportamento aparentemente saudável até o dia anterior à sua morte. Desde então, a chimpanzé manteve o corpo consigo, num claro processo de luto que chegou ao fim em 21 de setembro
Juanvi Martínez, chefe do departamento de primatas do Bioparc, explicou que o luto de Natalia representava sua forte ligação materna com o filhote. "É um sintoma claro de que ela não queria romper o vínculo com seu bebê. Para as fêmeas e seus filhotes, manter essa conexão é extremamente importante", afirmou.
O comportamento de Natalia foi observado de perto por toda a equipe do zoológico, que decidiu respeitar seu tempo e seu processo emocional. "Sempre respeitamos sua escolha, priorizando a coesão do grupo e o bem-estar psicológico de todos os chimpanzés", ressaltou Martínez. A decisão de permitir que o luto seguisse o curso natural foi fundamentada em critérios científicos e em recomendações de especialistas em primatologia.
De acordo com Martínez, esse comportamento é natural entre os chimpanzés e faz parte do ciclo reprodutivo da espécie. "Crias morrem na natureza e todo o grupo precisa aceitar e passar por esse período de luto", disse.
Natalia pertence à subespécie Pan troglodytes verus, que está em perigo crítico de extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). A conservação desses animais é uma prioridade no Bioparc, destacou Martínez, que reforçou a necessidade de proteção para as poucas populações remanescentes dessa subespécie.
por Notícias ao Minuto Brasil
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