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26.1.24

Papa Francisco reitera que Fiducia supplicans abençoa pessoas, não uniões

 O papa Francisco se pronunciou novamente sobre a declaração Fiducia supplicans durante uma audiência com os membros do Dicastério para a Doutrina da Fé. Ele enfatizou que não se abençoa a união, "mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram" e que elas não exigem "perfeição moral para serem recebidas".

O papa Francisco se reuniu hoje (26), no Palácio Apostólico, com os membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, cujo prefeito, o cardeal Víctor Fernández, é o autor da declaração que provocou uma série de reações dos bispos e de numerosas conferências episcopais.

Durante seu discurso aos membros desse dicastério depois da conclusão de sua assembleia plenária, o papa Francisco especificou que "a intenção das ‘bênçãos pastorais e espontâneas’ é mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diferentes situações, pedem ajuda para continuar – às vezes para começar – um caminho de fé".

"Gostaria de enfatizar brevemente duas coisas: a primeira é que essas bênçãos, fora de qualquer contexto e forma litúrgica, não exigem perfeição moral para serem recebidas", ressaltou o papa.

Ele também destacou que "quando um casal se aproxima espontaneamente para pedi-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram”.

"Não é a união, mas as pessoas", insistiu, "naturalmente levando em conta o contexto, as sensibilidades, dos lugares onde se vive e as maneiras mais adequadas de fazê-lo”.

Declarações do papa Francisco sobre Fiducia supplicans

Depois da publicação da Fiducia supplicans em 18 de dezembro de 2023, o papa Francisco fez sua primeira declaração sobre o assunto durante uma reunião privada com mais de 800 padres da diocese de Roma em 13 de janeiro.

Em consonância com o que ele disse hoje, o papa destacou que, na Igreja Católica, as pessoas são abençoadas, o pecado não.

Disse ainda que "a África não aceita estas bênçãos porque há diferentes sensibilidades e que isso foi esclarecido com o cardeal [Fridolin] Ambongo", arcebispo de Kinshasa e presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar.

Durante uma entrevista na televisão italiana em 15 de janeiro, o papa Francisco disse que, quando se toma uma decisão deste tipo, "há um preço de solidão que se tem que pagar e às vezes, as decisões não são aceitas".

Francisco disse que, "quando as decisões não são aceitas, é porque não são conhecidas" e pediu que "conversem, perguntem suas dúvidas e tenham uma discussão fraterna". "Se você guarda isso em seu coração, você faz uma resistência feia", afirmou.

O papa reiterou que "o Senhor abençoa todos aqueles que são capazes de ser batizados, ou seja, todas as pessoas".

"Mas então, as pessoas devem entrar em diálogo com a bênção do Senhor e ver qual é o caminho que o Senhor lhes propõe. Mas temos que levá-las pela mão e ajudá-las nesse caminho, não condená-las desde o início. E esse é o trabalho pastoral da Igreja", disse.

Do que se trata a Fiducia supplicans?

Em 18 de dezembro de 2023, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, com a aprovação do papa Francisco, publicou a declaração Fiducia supplicans, que permite que os padres católicos abençoem de forma "pastoral" e não ritualizada casais irregulares e uniões do mesmo sexo.

O documento da Santa Sé causou divisão entre bispos e padres em todo o mundo, e episcopados inteiros, especialmente na África, foram contra a aplicação das bênçãos propostas pelo Dicastério para a Doutrina da Fé.

Apesar da Fiducia supplicans garantir que "não cabe esperar outras respostas sobre como regular os detalhes ou os aspectos práticos relativos a esse tipo de bênção", em 4 de janeiro deste ano, o cardeal Fernández publicou uma nota à imprensa para "ajudar a esclarecer a recepção" do documento.

Neste comunicado, o cardeal garantiu que as bênçãos pastorais propostas são breves, "de poucos segundos, sem Ritual ou Bênção", e que esta forma de bênção "não pretende justificar algo que não é moralmente aceitável".

Em 11 de janeiro, com "a aprovação" do papa Francisco e do cardeal Fernández, o SECAM emitiu uma declaração assegurando que "as bênçãos extra-litúrgicas propostas na declaração Fiducia supplicans não podem ser realizadas na África".

"Uma compreensão da fé frente a época de mudanças do nosso tempo"

Por: ACIDigital

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