O relatório do Mapa da Maternidade para o ano de 2022, feito pela Fundação Red Madre, na Espanha, informa que as administrações públicas gastam duas vezes mais para promover o aborto do que para ajudar as mulheres grávidas.
Segundo esta fundação pró-vida, gasta-se mais de 40 milhões de euros com o aborto, enquanto a ajuda para a gravidez não chega aos 20 milhões, com uma despesa média anual por mulher grávida de 46 euros.
Ainda assim, este valor é o mais elevado desde 2015. Este aumento deve-se quase essencialmente ao plano de ajuda à maternidade da Comunidade de Madrid, dotado de mais de 14 milhões de euros e que dá 6 mil euros por ano a mulheres grávidas com menos de 30 anos.
Depois da Comunidade de Madri, estão muito distantes Castilla y León, Andaluzia, La Rioja, Galícia, a Comunidade de Valência e a Região de Murcia, que oferecem esse tipo de programa. Assim, 10 das 17 comunidades autônomas não oferecem nenhum auxílio maternidade.
Embora os conselhos provinciais tenham duplicado os valores destinados para estes fins, os conselhos locais praticamente não destinam recursos, segundo o estudo da Fundação Red Madre.
Em comparação com os países vizinhos, a Espanha ocupa o vigésimo lugar entre os 27 países da União Europeia, dedicando 1,6% do seu Produto Interno Bruto às prestações familiares.
Discriminação
O Mapa da Maternidade também recolhe alguns dados relevantes sobre as dificuldades e desafios que as mulheres enfrentam devido à maternidade.
Assim, 31% das mulheres dizem que a sua vida profissional mudou ao comunicar pela primeira vez uma gravidez e quase um quarto (22%) dizem que perderam o emprego quando se tornaram mães.
14% das mulheres dizem que foram dispensadas de diversas responsabilidades ou não cresceram profissionalmente por esse motivo, 11% abandonaram o trabalho por não conseguirem combiná-lo com a criação dos filhos e 6% foram despedidas por motivo de maternidade.
Emergência demográfica
A escassez de ajudas à maternidade é especialmente relevante se levarmos em conta que na Espanha morrem mais pessoas do que nascem. Em 2022, mais de 463 mil pessoas morreram, enquanto apenas 330 mil nasceram e o número oficial de abortos em 2022 foi mais de 99.599.
A porcentagem de gestações que terminam em aborto induzido agora ultrapassa 22%, segundo o relatório da Red Madre, quase 5 pontos a mais do que há sete anos. As comunidades com o maior número de abortos em relação aos nascimentos são Astúrias, Ilhas Canárias, Catalunha, Ilhas Baleares, Madri e Andaluzia.
A Fundação Red Madre denuncia que só há estatísticas reais sobre o número de mães na Espanha, por isso propõe incorporar variáveis como "grávida", "mãe recente" ou "mãe com deficiência" nas estatísticas oficiais, ou destacar a variável gravidez nas estatísticas sobre abuso.
Propõe também promover a criação de estudos e relatórios que forneçam dados que sirvam "para implementar políticas públicas que ajudem a superar as condições de vulnerabilidade das mulheres grávidas e das novas mães".
Por: ACI Digital
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