Tecnologia do Blogger.
11.11.22

Justiça Federal proíbe navio ‘tóxico’ de atracar no Porto de Suape, em Pernambuco

 Embarcação está ancorada a 31 quilômetros da costa. Estado foi notificado que seria obrigado a permitir navio no Porto de Suape e entrou na Justiça. Empresa tenta 'solução definitiva'.

A Justiça Federal determinou que a Marinha suspenda a atracação forçada do porta-aviões que está parado há um mês na costa de Pernambuco. A decisão liminar, proferida na noite da quarta-feira (9), acata um pedido feito pelo governo do estado, que foi notificado de que o Porto de Suape seria obrigado a receber a embarcação, mesmo diante dos riscos ambientais.

Por causa de amianto, substância considerada tóxica, a embarcação foi proibida de entrar em vários países. A empresa responsável tenta uma “solução definitiva” para o caso, o que ainda não aconteceu.

A Justiça Federal também determinou multa diária de R$ 100 mil ao governo federal e à empresa agenciadora, em caso de descumprimento da decisão.

O governo estadual informou que o Porto de Suape foi notificado pela Marinha, na noite de terça-feira (8), sobre a operação de atracação por arribada, que é quando o terminal marítimo é forçado a receber a embarcação, mesmo que não autorize seu ingresso por via administrativa.

O porta-aviões São Paulo pertenceu à Marinha do Brasil e teve o casco vendido após um processo de licitação. A empresa vencedora tentou levar a embarcação para a Europa.

O navio está na costa de Pernambuco desde o início de outubro, segundo o estado. Ele teve a atracação proibida no dia 5 do mesmo mês, após a elaboração de um laudo pela Agência Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH).

Segundo a localização do sistema de satélite, a embarcação está a aproximadamente 31 quilômetros de distância da costa pernambucana, o que equivale a 17 milhas náuticas, em relação ao Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife.

De acordo com a Marinha, em 4 de agosto, o navio deixou o país. No dia 26 do mesmo mês, ao chegar perto do Estreito de Gibraltar, que liga o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico, a Turquia cancelou a autorização que já tinha sido concedida.

Assim, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) suspendeu a autorização que havia sido emitida e determinou a volta do porta-aviões ao Brasil. Também notificou o atual proprietário, o Secretariado da Convenção da Basileia e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Por nota, a MSK Maritime Services & Trading, responsável pela embarcação, disse que "tomou ciência da decisão da Justiça Federal em Pernambuco em ação proposta pelo Estado face à Marinha do Brasil".

A empresa afirmou, ainda, que "segue no aguardo da resolução das autoridades brasileiras para viabilizar uma solução definitiva para o transporte do porta-aviões São Paulo'.

“Entendemos que se trata de um navio complexo, com 266 metros e que possui quase seis mil compartimentos. Porém, o edital de compra estabeleceu todas as normas existentes no mundo para a reciclagem verde de navios. Normas da comunidade europeia, normas internacionais, normas turcas, e normas brasileiras”, afirma o advogado da empresa, Zilan Costa e Silva", por meio de nota.

Na quarta (9), a TV Globo e o g1 entraram em contato com a Marinha do Brasil para saber que providência está sendo adotada, mas não obtiveram resposta até a última atualização desta reportagem.

Em nota divulgada no dia 6 de outubro, a Marinha do Brasil informou que o casco da embarcação foi arrematado por empresa estrangeira em processo licitatório, com um termo de transferência e posse de propriedade, em abril de 2021.

Ainda segundo a instituição, foi decidido que o navio não seria mais usado. Assim optou-se pela alienação do casco para um “desmanche verde”. A Marinha disse que era um “processo inédito de Reciclagem Segura e Ambientalmente Adequada”.

Quando era da Marinha Nacional Francesa (MNF) o porta-aviões realizou, na década de 1990, um processo de “desamiantação” dos compartimentos, retirando aproximadamente 55 toneladas de amianto.

A Marinha disse também que “o amianto atualmente existente no São Paulo não oferece riscos à saúde, no estado em que se encontra”.

A instituição afirmou ainda que acompanhou “com zelo e prudência”, os processos e trâmites administrativos para a liberação ambiental realizados pelo proprietário,” em perfeita observância às solicitações do Ibama e do correspondente órgão ambiental da Turquia”.

Por 

  • Comentar com o Gmail
  • Comentar com o Facebook

0 commentarios:

Postar um comentário

Item Reviewed: Justiça Federal proíbe navio ‘tóxico’ de atracar no Porto de Suape, em Pernambuco Rating: 5 Reviewed By: Informativo em Foco