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1.11.22

Flordelis voltou de visita em presídio com dinheiro escondido nas partes íntimas, diz policial penal

 A policial penal que prestou depoimento é apontada pela ex-parlamentar, no documento, como uma das responsáveis por "constrangimentos" sofridos.

A policial penal Fabiana Borges Ribeiro, ouvida em inquérito na 34ª DP (Bangu), na última quinta-feira, relatou à polícia que a ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza voltou de uma visita na penitenciária Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, com dinheiro nas partes íntimas e números de telefones de advogados escritos por dentro da calça. A investigação foi aberta para apurar uma denúncia de extorsão e ameaças a Flordelis dentro da cadeia, feita em notícia-crime enviada à delegacia. A policial penal que prestou depoimento é apontada pela ex-parlamentar, no documento, como uma das responsáveis por "constrangimentos" sofridos.

Fabiana relata que Flordelis retornava da visita, no dia 4 do mês passado, quando foi flagrada dentro do compartimento do scanner corporal, em uma câmera que existe no local, tentando retirar algo da calça. Ela afirma que imediatamente a pastora foi levada para outro setor. Em seguida, Fabiana e outra colega começaram a conversar com Flordelis, que espontaneamente retirou da partes íntimas R$ 72 em espécie.

Em seguida, segundo a policial penal, foi realizada revista pessoal na presa e foram encontradas anotações na parte dentro de sua calça com telefones de advogados, uma vez que antes dos nomes havia o termo "dr". Após o episódio, foi aberto novo procedimento disciplinar contra Flordelis pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio.

— É lamentável que uma pessoa presa tenha tido sua integridade física e psicológica violada, principalmente por se tratar de alguém sob a custódia do Estado. Isso demonstra toda a perversidade deste processo. A desumanização que fizeram com ela desde o início. Um caso triste que afronta os direitos humanos e as garantias fundamentais de Flordelis — diz Rodrigo Faucz, um dos advogados da ex-deputada.

O advogado Angelo Máximo afirma que em nenhum momento Flordelis teve integridade física e psicológica violadas, já que foi submetida ao scanner corporal como ocorre com todos que entram nas unidades prisionais.

— Pela manifestação do nobre colega, parece até que ainda vivemos no período medieval, quando todas as mulheres eram obrigadas a ficar nuas, agachando e levantando por diversas vezes, o que não é mais o caso, diante da tecnologia instalada nas unidades prisionais, conforme é o scanner corporal. Registre-se, que do dia 11 de maio ao dia 4 de outubro é um largo período de distância, que mostra que a Flordelis ainda faz uso do telefone celular na cadeia, diante das anotações encontradas consigo dentro das suas vestes com números de telefone de advogados. Isso contraria a fala da defesa, que diz que ela usou (o telefone) uma única vez — diz Angelo Maximo.

Sobre o posicionamento de Máximo, o advogado Rodrigo Faucz afirmou que Flordelis estava com anotações de telefones de advogados porque já houve situações no presídio nas quais precisou fornecer o contato daqueles que a defendem, mas ela não possuía os números à mão. Além disso, Faucz refuta afirmativa do assistente de acusação de que a ex-parlamentar não sofreu violação de sua integridade física e psicológica na cadeia.

— Ele (Angelo Máximo) estava lá? Ele sabe? Isso é um absurdo. É outro absurdo de alguém que quer funcionar (no processo) como vingador — acrescentou.

Telefone celular na cela

A ex-parlamentar já foi punida em outro procedimento, após um telefone celular ter sido encontrado em sua cela na cadeia, em maio deste ano. Na ocasião, Flordelis admitiu que usou o aparelho para conversar com o namorado. Na notícia-crime encaminhada à polícia, a pastora afirma que os episódios de extorsão e ameaças tiveram início depois desse episódio.

No documento, ela afirma que, desde maio, após o ingresso do celular para uso coletivo em sua galeria, sofre constrangimentos, com “promessas de injustos graves” contra sua vida. Flordelis conta que algumas internas, em conluio com agentes, passaram a exigir, com ameaças, pagamentos a título de taxas de pedágio. A ex-deputada alega que, "buscando preservar sua integridade", cedeu a algumas das cobranças e pediu a parentes a realização de transferências bancárias a uma mulher. No entanto, ela afirma que mesmo com os pagamentos, as ameaças continuam. A policial penal Fabiana Borges, em seu depoimento, afirmou desconhecer as denúncias feitas por Flordelis.

'Ato de desespero'

Na notícia-crime, a ex-parlamentar admite que no dia 4 de outubro estava com dinheiro escondido no retorno da visita, e alegou ter agido dessa forma porque estava com quantia acima da permitida. Ela alega ainda que ingressou com o valor "em ato de desespero", uma vez que estava com dificuldades de pagar o que foi exigido nos episódios de extorsão.

Flordelis é acusada de ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho de 2019. Ela está presa na penitenciária Talavera Bruce desde agosto do ano passado. No próximo dia 7, Flordelis, três filhos e uma neta serão julgados por envolvimento na morte de Anderson.

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