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12.7.22

Detetive de arte holandês afirma ter recuperado relíquia do sangue de Cristo

 'Não tenho dúvidas de que é a coisa real. Objetos religiosos são quase impossíveis de falsificar', diz Arthur Brand.

O detetive holandês Arthur Brand — conhecido como o Indiana Jones do mundo da arte — disse que recebeu um pacote contendo um dos objetos mais sagrados já roubados da Igreja Católica, preservado por mil anos na Abadia de Fecamp, no norte da França: a relíquia do "Preciosíssimo Sangue de Cristo". Segundo ele se recorda, sua campainha tocou por volta das 22h30 de uma sexta-feira. Quando ele abriu a porta, deparou-se com a caixa de papelão que ele vinha esperando ansiosamente havia alguns dias.

— Meu coração estava acelerado — disse o detetive de arte à AFP em uma entrevista sobre a recuperação do tesouro perdido, que agora deve ser entregue às forças policiais holandesas após receberem um pedido da França sobre a identidade do ladrão enquanto a autenticidade é investigada.

Brand tem sido chamado de "Indiana Jones do mundo da arte" por suas impressionantes recuperações de arte roubada, incluindo estátuas de bronze "Cavalos de Hitler", uma pintura de Picasso e um anel que pertencia a Oscar Wilde.

Aos 52 anos, ele é um dos detetives de arte mais famosos do mundo, reconhecido por ladrões e policiais por seu acesso sem precedentes ao comércio criminoso de arte roubada.

Mas receber a relíquia do "Preciosíssimo Sangue de Cristo" foi uma experiência especial para ele.

— Como católico, este é o mais próximo que você pode chegar de Jesus e do Santo Graal — disse ele. — Foi uma experiência religiosa.

'Grande choque'

Quando abriu a caixa, ficou satisfeito ao descobrir que a relíquia estava intacta. O relicário de ouro, com cerca de 30 cm de altura e adornado com pedras preciosas incrustadas, imagens de Cristo na cruz e outros santos, conserva dois recipientes de metal que segundo os fiéis contêm gotas do sangue de Jesus recolhidas durante a crucificação. A relíquia é objeto de culto dos peregrinos católicos há mais de mil anos.

Ficou na Abadia de Fecamp, na Normandia Francesa, até a noite de 1º para 2 de junho, quando foi roubado, duas semanas antes das celebrações anuais do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

— Foi um choque enorme que essa peça famosa, essa peça lendária, tenha sido roubada — disse Brand em sua casa, onde guarda a relíquia.

Mas o medalhão não era o único item na caixa de papelão deixado na porta de Brand naquela noite de julho. Havia também várias placas litúrgicas de cobre, imagens de santos e um cálice decorado, que também foram roubados da abadia em junho.

Brand mostrou o medalhão à AFP, que não conseguiu verificar sua autenticidade ou a dos outros objetos recuperados, que ainda não foram examinados pela polícia ou especialistas. Um comentário também não pôde ser obtido da abadia.

— Após a investigação, nossas descobertas e a relíquia serão entregues à polícia francesa — disse Dennis Janus, porta-voz da polícia nacional holandesa.

Brand, contudo, não duvida de sua autenticidade.

— Não tenho dúvidas de que é a coisa real. Objetos religiosos são quase impossíveis de falsificar — disse ele.

'Uma maldição'

Brand disse que seu envolvimento no caso começou logo após o roubo, quando recebeu uma mensagem de um anônimo que alegou ter os bens roubados em seu poder.

— Esta pessoa estava escrevendo para mim em nome de outra, em cuja casa a relíquia foi mantida — disse Brand. — Ter a maior relíquia, o sangue de Cristo, roubado em sua casa, isso é uma maldição. Quando eles perceberam o que era, que não podia ser vendido, eles sabiam que tinham que se livrar dele.

Brand mostrou à AFP uma mensagem em holandês na qual a pessoa pedia para receber o item roubado porque era muito arriscado devolvê-lo à abadia. Disseram-lhe que o objeto seria levado para sua casa, sem data nem hora.

— Fiquei praticamente prisioneiro em minha própria casa por uma semana. Não consegui sair — ele riu.

Os objetos acabaram aparecendo, entregues anonimamente, e ele considerou que o levaram porque "seria muito perigoso envolver a polícia".

— Essas pessoas conhecem minha reputação. A coisa mais importante é devolver isso à igreja. Esperamos que permaneça lá por mais mil anos — disse Brand.

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