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30.9.21

Pai mantinha casamento para acobertar incesto com a filha, diz delegado

 Maria Aparecida, mulher de homem que mantinha relação incestuosa, pagou R$ 3 mil para matar o companheiro. Enteada também foi baleada e perdeu a visão de um olho.

O homem que sofreu uma tentativa de homicídio a mando da mulher, após ela descobrir que ele tinha um caso amoroso com a própria filha dele e com uma terceira pessoa, mantinha o casamento para acobertar o relacionamento incestuoso em Canindé, no interior do Ceará. A informação foi dada pelo delegado Daniel Aragão Mota, da Delegacia Regional de Canindé, nesta quinta-feira (30).

Maria Aparecida Barroso, de 36 anos, foi presa na última segunda-feira (27), por suspeita de pagar R$ 3 mil a dois homens para matarem o marido Jaelson Oliveira, de 39 anos. Durante a ação, a filha de Jaelson, de 20 anos, também foi baleada e perdeu a visão de um olho. O namorado da jovem, Antônio Herilson da Silva Lopes, de 26 anos, que chegou a participar de uma relação sexual a três junto com pai e filha, também foi capturado e é suspeito de ajudar Aparecida no crime.

“Quando ela foi presa, a gente começou a perguntar os motivos que levaram a essa ação. Ela disse que realmente ela sofria violência psicológica, violência física. Ela queria se separar e ele não deixava. Conversando com ela a gente notou que ele queria manter à força essa relação para justamente acobertar o relacionamento que ele tinha com a filha", disse Daniel Aragão.

Jaelson foi ouvido pela polícia nesta quinta-feira no Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza, onde está internado. Segundo o delegado, o homem confirmou que mantinha um relacionamento amoroso com a própria filha há 1 anos e 8 meses.

"Ele confirma a relação incestuosa. Há 1 anos e 8 meses começaram com essa relação amorosa. Ambos dizem que foi uma paixão mútua", afirma o delegado.

A filha de Jaelson foi ouvida pela Polícia Civil na quarta-feira (29), na Delegacia de Canindé, em apuração sobre o possível estupro do pai contra a filha durante a infância. Porém, a jovem chegou a relatar ao delegado que era apaixonada pelo próprio pai e que o relacionamento só teve início após ela completar 18 anos.

"Ele não era reconhecido como pai até os 10 anos dela. Ele fez o DNA, confirmou a paternidade, com 12 anos ela foi morar com ele, por volta dos 18 anos foi quando começou esse relacionamento amoroso com a filha. Nós tentamos fazer toda a investigação para saber se realmente ele poderia ter entrado nesse crime de estupro de vulnerável, mas não se confirmou, pelo menos com o que foi dito por eles. É difícil de ter testemunha, haja vista que é um crime entre quatro paredes, então nenhum dos dois confirmou", explica o titular da delegacia regional de Canindé.

Namorado no relacionamento a três

Ainda conforme o delegado, o namorado da filha aceitou ter um relacionamento sexual a três, sem saber que a terceira pessoa era o próprio sogro.

"Segundo eles, a relação a três foi apenas em um episódio. Ela (filha) que convidou o Herilson para fazer uma relação a três. O Herilson afirma que não sabia que o segundo homem seria o pai dela. Ele foi, disse que o quarto estava escuro, depois da relação ter acontecido, quando saíram do quarto, ele viu que era o pai. Foi aí que ele se revoltou, foi até a Aparecida e contou todos os fatos", relata o delegado.

Em depoimento, Aparecida informou ao delegado que já sofria violência física e psicológica por parte de Jaelson e esse episódio da relação dele com a filha foi o ápice para tramar o crime contra o companheiro.

"Questionei por que ela não procurou a delegacia, não foi dar o depoimento e informar que estava sendo agredida, para a polícia atuar e pedir medida protetiva. Ela disse que ele falava que se ela fosse quando chegasse em casa ele a mataria. Ela ficou com medo, não foi e acabou chegando ao extremo".

Crime encomendado

O crime aconteceu em 29 de junho. Jaelson Camelo de Oliveira, o pai, e a filha, uma jovem de 20 anos, chegavam em casa quando foram atingidos por disparos de arma de fogo.

Pai e filha foram socorridos para uma unidade de saúde da região. Segundo o delegado que investiga o caso, a filha de Jaelson foi lesionada por engano, pois o alvo dos executores era apenas o pai.

Conforme a Polícia Civil, poucas horas após crime, a Polícia Militar apreendeu um homem e um adolescente de 17 anos, suspeitos de participação nas duas tentativas de homicídio. Durante a investigação, os policiais militares apreenderam um revólver, que teria sido utilizado no crime.

Ainda segundo a polícia, o primeiro a saber do suposto relacionamento amoroso entre pai e filha foi o namorado da jovem. Ele aceitou manter relações sexuais a três e contou o caso para Maria Aparecida.

Diante da situação, ela ofereceu R$ 3 mil para o namorado da jovem contratar os executores do crime, ocorrido em junho deste ano.

As vítimas foram baleadas na entrada de casa. Ambos foram socorridos para uma unidade de saúde da região. A filha já recebeu alta, mas perdeu a visão de um olho. Já Jaelson, está internado há três meses.

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