A compulsão alimentar é caracteriza pelo aumento episódico e sem controle da ingestão de comida. De acordo com informações do Hospital Sírio-Libanês, o problema frequentemente está relacionado a um distúrbio de ansiedade e/ou afetivo e tem causa multifatorial, ou seja, pode envolver fatores genéticos, neuroquímicos, psíquicos e socioculturais.
Como saber se sofro de compulsão alimentar
Antes de mais nada é importante saber diferenciar gula de compulsão alimentar. A perda de controle diante de alimentos, quando indica um transtorno, acontece apenas quando segue um padrão, ou seja, quando ocorre pelo menos duas vezes por semana, por exemplo, e nem sempre é reconhecido pelo indivíduo, incapaz de identificar a própria saciedade.
De acordo com o médico Victor Sorrentino, autor do livro Segredos Para Uma Vida Longa, uma pessoa pode apresentar um quadro de compulsão alimentar quando tem, basicamente, estes 8 comportamentos:
Comer escondido: apesar de não estar completamente ciente do distúrbio, o paciente pode reconhecer que se alimenta em excesso, procurando esconder o hábito de familiares e pessoas próximas.
Comer sem fome: a saciedade não é facilmente reconhecida por quem sofre de compulsão alimentar, o que leva à ingestão excessiva de comidas.
Comer muito rápido e até se sentir mal: como a ansiedade está diretamente ligada ao transtorno, a ingestão dos alimentos pode ser rápida e intensa, como uma válvula de escape para aliviar algum problema. O hábito pode, portanto, causar desconfortos devido ao excesso de comida.
Comer durante o dia todo: como não se sente saciado, o paciente pode comer o tempo todo, fora das refeições principais, sem mesmo perceber.
Comer para “aliviar o estresse”: o paciente “desconta na comida” a ansiedade e o nervosismo. Neste caso é comum, por exemplo, recorrer a alimentos altamente calóricos, que promovem bem-estar imediato.
Comer e sentir-se culpado depois: o sentimento é mais comum entre pessoas que estão tentando emagrecer. O paciente sabe que não deveria se alimentar desta forma, mas simplesmente não tem controle sobre a ação.
Comer e sentir-se e impotente frente à comida: quem sofre da compulsão invariavelmente tem uma relação desagradável com os alimentos, encarando-os, muitas vezes, como vilões. A sensação de impotência ocorre quando o indivíduo sente que “perdeu a batalha” contra seu “inimigo” que, no caso, é a comida.
A nutricionista especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do livro Código Secreto do Emagrecimento, explica que vários motivos podem desencadear a compulsão alimentar. Estresse, dietas restritivas demais e vícios alimentares são algumas das causas que podem levar ao transtorno.
O tratamento da compulsão deve ser multidisciplinar, contando com orientações de endocrinologista, nutricionista, psiquiatra e psicólogo. Os profissionais atuam juntos identificando a raiz do problema, avaliando possíveis condições de saúde e elaborando medidas para tratar a compulsão na mente e no corpo. A nutricionista ainda indica praticar exercícios físicos regularmente, pois ajuda na saúde física e promove o bem-estar emocional.
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