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1.11.18

Moro aceita convite para Ministério da Justiça do governo Bolsonaro

As razões de Moro para aceitar ser ministro da Justiça de Bolsonaro: O juiz Sérgio Moro anunciou nesta quinta-feira que aceitou o convite para ser Ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Ao aceitar o cargo, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba terá de abandonar o julgamento dos processos da Operação Lava Jato e deixar sua carreira de juiz - e passará a ser subordinado ao presidente da República, já que deixará um cargo no Judiciário para ir para o Executivo.
Um dia após ser eleito, Bolsonaro disse que gostaria de ter Moro no Ministério da Justiça ou de indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A vaga no Supremo, no entanto, depende da saída de atuais ministros - o que deve acontecer em 2020, quando o ministro Celso de Mello completar 75 anos e se aposentar compulsoriamente. No ano seguinte outra vaga se abrirá com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.
Moro afirmou, em nota sobre a questão, que deixar sua carreira de 22 anos na magistratura o faz sentir "um certo pesar".
Em uma entrevista em 2016 ao jornal o Estado de S. Paulo, Moro dissera que jamais entraria para a política.
"Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política", disse à época. "Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, pelo contrário, existe muito mérito em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe esse risco."
O que o levou, então, a aceitar o convite para ser ministro da Justiça agora?


Sérgio Moro e Paulo GuedesDireito de imagemMAURO PIMENTEL/AFP
Image captionJuiz federal foi ao Rio nesta quinta-feira para conversar e aceitar o convite

'Superministério'

Segundo o próprio juiz, o que o fez aceitar se desligar do Judiciário e virar ministro foi a "a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado" no Executivo.
"Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior", disse, em nota.
Moro foi para o Rio de Janeiro na manhã desta quinta para se encontrar com Bolsonaro no condomínio onde mora o presidente eleito.
Os dois discutiram o convite, a política e a configuração do novo ministério, que concentrará as atribuições da atual pasta da Justiça com outras estruturas, como a área de Segurança Pública.
Ainda não ficou claro se também se juntarão à nova pasta o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que é ligado ao Ministério da Fazenda.
Moro afirma que a nova agenda será implementada "com respeito à Constituição, à lei e aos direitos" e chamou de "valorosos" os juízes locais que devem ficar responsáveis por dar seguimento aos processos da Lava Jato em Curitiba.
Veja, abaixo, a nota oficial divulgada por Moro no final da manhã desta quinta-feira:
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão", diz Moro na nota.
"Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes", finaliza o juiz. 
BBCBrasil/Estadão Conteúdo
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