Sensibilidade do aparelho respiratório humano, especialmente de pessoas idosas, pode fazer com que a amônia inalada seja um perigo grave
O vazamento de amônia no Terminal Pesqueiro de Cabedelo pode causar graves problemas respiratórios em quem inalar o produto. O alerta foi feito pelo médico pneumologista Sebastião Costa durante entrevista ao programa Correio Debate da Rede Correio SAT.
Conforme o especialista, a sensibilidade do aparelho respiratório humano, especialmente de pessoas idosas, pode fazer com que a amônia inalada seja um perigo grave.
“Em primeiro lugar é preciso dizer que a amônia, em grande quantidade, se torna tóxica. O aparelho respiratório é muito sensível. O que tem que se fazer nesse momento é identificar principalmente as pessoas que tem alguma predisposição para alergias, pois vão sofrer muito, pode haver broncoespasmos com insuficiência respiratória aguda e ida para UTI. Nas pessoas mais idosas pode haver inclusive comprometimento cardiovascular.”, afirmou o médico.
Ainda conforme o pneumologista, as pessoas que apresentem sintomas de tosse, sensação de sufocamento e falta de ar devem buscar serviços de urgência e emergência para análise da situação respiratória.
“A amônia é uma substancia altamente agressiva ao sistema respiratório. O que se pode fazer nesse momento é encaminhar esses pacientes para os serviços de urgência e emergência e fazer um tratamento adequado para retirar desse quadro de insuficiência respiratória que pode levar inclusive à morte”, concluiu o médico.
Interdição deveria ter ocorrido há tempos
Ainda durante o Correio Debate, o pescador Samuel Cunha afirmou que os problemas no Terminal Pesqueiro de Cabedelo já são conhecidos há muito tempo, inclusive com roubo de equipamentos, e que, por isso, o local deveria ter sido interditado anteriormente.
“A categoria [de pescadores] já está prejudicada faz dois anos. Essa interdição é por causa da válvula de amônia que estouraram. Já era para ter interditado há muito tempo. Eles olham [para o Terminal] agora depois que roubaram todo o maquinário da casa de máquinas. Se tivesse interditado há muito tempo atrás não teria acontecido isso. O prejuízo para o pessoal da pesca é grande e seríssimo. A diária do pessoal é R$ 150. Cada dia parado o pessoal ta passando fome e não tem quem dê um suporte”, disse o pescador.
Portal Correio
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