Apesar do número de feminicídios ter decaído na Paraíba nos últimos três anos, os índices ainda são preocupantes. Conforme o Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da Secretaria da Segurança e Defesa Social (Sesds), os dados apontam que em 2015 foram assassinadas 111 mulheres, sendo 26 feminicídios; em 2016 foram 97 homicídios de mulheres sendo 24 feminicídios, enquanto que em 2017 foram 76 homicídios e 22 feminicídios.
Cada vez mais, esse termo feminicídio ganha destaque no cenário nacional sendo ele empregado para designar o assassinato de uma mulher pelo simples fato de esta ser mulher. “O feminicídio tem duas situações. Uma é quando ela é decorrente da violência doméstica, sendo ele um homicídio qualificado com a vitima mulher, ou se for em condições de desprezo ao gênero feminino. Por isso, nós temos que entender que nem todo homicídio de mulher é feminicídio, pois existem algumas situações em que mulheres são assassinadas não pela questão da violência doméstica, mas sim por envolvimento com a criminalidade”, explica a sub-coordenadora das Delegacias da Mulher na Paraíba, delegada Renata Matias.
A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Coordenação das Delegacias de Atendimento à Mulher da Paraíba (Coordeam), localizada na Central de Polícia Civil, no bairro do Geisel, tem realizado um extenso trabalho em defesa das mulheres. De janeiro a junho desse ano, de acordo com dados do Nace, foram mortas 46 mulheres no Estado.
Somente de janeiro até o último mês de maio, nas Delegacias da Mulher do Estado, foram instaurados 1.610 inquéritos policiais e 1.734 pedidos de medidas protetivas. Durante o ano passado, nas delegacias foram instaurados 4.118 inquéritos policiais e 5.301 pedidos de medidas protetivas; enquanto que em 2016 foram 3.961 inquéritos policiais e 4.544 pedidos de medidas protetivas.
A Paraíba possui 14 delegacias especializadas de atendimento à mulher. Elas estão localizadas nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras, Cabedelo, Guarabira, Bayeux, Patos, Santa Rita, Sousa, Picuí, Monteiro, Mamanguape e Queimadas. O trabalho do Coordeam é realizado em contato direto com as 14 delegacias especialziadas. “Fazemos capacitação com o pessoal sempre buscando um melhor atendimento às mulheres em situação de violência”, relata a delegada Renata Matias.
PB Agora