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31.5.18

Polícia Federal aponta elo financeiro entre amigo de Temer e empresa suspeita

PF acredita que Coronel Lima, amigo de longa data de Temer e suspeito de ser intermediador da propina ao emedebista, usou um laranja em uma empresa ligada à Rodrimar.

O ex-coronel João Baptista Lima Filho chegou a ser preso em março deste ano (Foto: Reprodução)
A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de longa data do presidente Michel Temer (MDB) e suspeito de ser intermediador da propina ao emedebista, usou um laranja em uma empresa ligada à Rodrimar. A PF interpreta que este é o primeiro elo documental entre o coronel Lima e a Rodrimar.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a linha de investigação da PF é que o contador Almir Martins seja laranja do coronel. Martins é administrador da empresa Eliland, filial brasileira de uma offshore uruguaia, e afirmou em depoimento à PF que foi colocado como gerente da empresa para administrar o contrato da Rodrimar, mas não disse quais serviços prestou.
Almir Martins também foi contador das campanhas de Temer em quatro eleições e atualmente trabalha na Argeplan, empresa do coronel Lima. No depoimento, prestado em 17 de maio deste ano, o contador afirmou que se recordava de um contrato entre a Eliland e a Rodrimar, mas não soube detalhar o objeto do contrato e os valores recebidos. Ele também disse que os pagamentos ocorreram até 2010.
Segundo a reportagem de Camila Mattoso, o ex-contador de Temer afirmou ainda que o diretor da Argeplan, José Aparecido da Silva, foi quem pediu, no início dos anos 2000, para que ele fosse colocado na Eliland e que as atividades da filial da offshore uruguaia foram encerradas. O CNPJ da empres ainda está ativo.
Inquérito dos portos
Michel Temer e o coronel Lima são investigados no inquérito que apura esquema de corrupção ligado ao Porto de Santos e ao decreto 9.048/2017, que ficou conhecido como Decreto de Portos. Temer é acusado de beneficiar e empresa Rodrimar, que teria pago propina ao emedebista, intermediada pelo coronel Lima.
No inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente é apontado como suspeito de cometer os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No início de maio, o relator do caso, ministro Luis Roberto Barroso aceitou prorrogar o inquérito por mais 60 dias.
A suspeita é de que o decreto de Temer – atrelado à edição da medida provisória editada em 2013, quando Temer era vice-presidente – serviu como contrapartida ao recebimento de propina paga pela Rodrimar. A negociata foi intermediada, segundo a PF, pelo ex-assessor especial da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures (MDB), suplente de deputado pelo Paraná que passou a ser chamado de “deputado da mala” ao ser filmado pela PF fugindo por uma rua de São Paulo com uma mala com R$ 500 mil em espécie.
A acusação contra Temer também foi reforçada com a delação premiada de Lúcio Funaro, apontado como operador de propinas ao MDB e um dos condenados da Lava Jato. Funaro disse em depoimento que o presidente atuou para defender interesses de empresas portuárias justamente por meio da tramitação da MP dos Portos. À época do depoimento de Funaro, a defesa de Temer disse em nota que as acusações de Funaro são “vazias e sem fundamento”.

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