Pelo menos nove suplentes devem ser
convocados nas próximas horas para tomar posse dos mandatos na Câmara
Municipal de Cabedelo. A convocação ocorre após a Justiça manter a
prisão do prefeito da cidade, Leto Viana (PRP), da primeira-dama,
Jacqueline França e de cinco vereadores.
Mais quatro parlamentares não chegaram a
ser presos, mas foram afastados dos mandatos, assim como o
vice-prefeito Flávio de Oliveira.
De acordo com o vereador Eudes, uma nova
reunião deve ser realizada ainda hoje para definir o horário da sessão
que deve eleger a nova Mesa Diretora da Casa.
Os suplentes que devem ser convocados
são Benone, Josimar Cabeleireiro, Pereira, Valdi Tartaruga, Janderson
Brito, Herlon Cabral, Socorro do Jacaré, Divino do Social e Jonas
Pequeno.
Além de Jacqueline, os vereadores presos
na manhã de hoje na Operação ‘Xeque-Mate’, deflagrada pela Polícia
Federal e Ministério Público da Paraíba, foram Lúcio José – presidente
da Câmara -; Tércio Dornelas, Júnior Datele e Antônio do Vale.
Os vereadores afastados foram Josué Góes, Belmiro Mamede, Rogério Santiago e Rosivaldo Galan.
Entenda o caso:
A operação ‘Xeque-Mate’ teve como
objetivo de desarticular esquema de corrupção na administração pública
de Cabedelo, no âmbito dos poderes executivo e legislativo municipal.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de
prisão preventivas, 15 sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão
expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Além dos mandados, a
justiça decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores
públicos, entre eles o prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, e o
presidente da Câmara Municipal.
Durante as investigações, ficou
comprovado a participação das principais autoridades públicas do
município que se beneficiavam do esquema de diversas formas, tendo
registrado aumento patrimonial espantoso, muito acima do condizente com
sua renda. Somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos,
verificou-se que um agente político envolvido movimentou mais de R$ 10
milhões à margem do sistema financeiro oficial.
Em um dos esquemas, foram detectados
funcionários fantasmas da prefeitura e da câmara municipal que recebiam
salários de até R$ 20 mil e entregavam a maior parte para as autoridades
locais, ficando de fato com valores residuais.
Foram constatadas ainda doações
fraudulentas de imóveis do patrimônio público municipal, bem localizados
e de alto valor, para empresários locais sem que houvesse critérios
objetivos para a escolha do beneficiado.
Os envolvidos responderão por formação
de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro
e fraude licitatória. O prefeito responderá ainda por crime de
responsabilidade de prefeito.
Além dos políticos, foram presos Marcos
Antônio da Silva dos Santos, Inaldo Figueiredo da Silva, Gleuryston
Vasconcelos Bezerra Filho, Adeildo Bezerra Duarte e Leila Maria Viana do
Amaral.