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A Secretaria de Saúde da Paraíba iniciou, em parceria
com o Ministério da Saúde, uma investigação para identificar a doença
exantemática (manchas vermelhas).
A gerente operacional de resposta rápida da Vigilância
Epidemiológica Estadual, Diana Pinto,
explicou que a investigação continua em andamento, mas já foi possível
identificar que a doença, após sete dias, evolui para uma cura,
indicando que é benígna. “A nossa recomendação é que, quem apresentar os
sintomas, se encaminhe para o Posto de Saúde mais próximo, não há
necessidade de ir a uma unidade de emergência”, orientou.
Já na Bahia, de acordo com Gúbio Soares, pesquisador
que fez a descoberta junto com Silvia Sardi, é a primeira vez que o
vírus é identificado na América Latina, sendo mais comum na África e
Ásia. A dupla suspeita que o vírus chegou à Bahia por causa da Copa do
Mundo de Futebol, realizada em 2014 no Brasil.
"A Copa atraiu pessoas do mundo inteiro. Então acreditamos que
algumas pessoas que estavam infectadas foram picadas pelos moquitos
trasmissores, e o vírus foi passado para outras pessoas", diz.
A identificação do vírus foi realizada nesta semana,
após a dupla de pesquisadores trabalhar por cerca de 20 dias em amostras
de sangue de pacientes de Camaçari, cidade da região metropolitana de Salvador,
por meio de uma técnica chamada RT-PCR, que amplifica o material
genetico do virus, através de reagentes, aumentando o sinal deste
material genético.
Segundo Gúbio, o Zika Vírus causa um quadro muito
parecido com o da dengue, em que o paciente pode apresentar sintomas
como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. Porém, este novo vírus é
mais fraco e os sintomas mais brandos.
"Zika Vírus não é tão grave quanto dengue ou
chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é
mais tranquilo e o tratamento é o mesmo", explica o pesquisador. Além
destes sintomas, o paciente pode apresentar sinais de conjuntivite.
"O tratamento é o mesmo para dengue: Paracetameol. Você
não combate o vírus. Isto quem faz é o seu organismo. Você combate os
sintomas", afirma Gúbio.
A descoberta de Gúbio e Silvia derruba as duas
hipóteses levantadas pela Vigilância Epidemiológica e a Secretaria de
Saúde de Camaçari, para explicar a doença. No último mês de março, os
dois órgãos suspeitavam que o sintomas seriam causados por roséola ou parvovírus-B19.
Gúbio acrescenta que, em geral, os sintomas duram cerca
de 12 dias até desaparecerem. "O importante é procurar um médico, assim
que os sintomas começarem", diz.
Oglobo