Paraíba registra aumento de 51,3% nos casos de stalking em 2024, o maior do país. Ex-companheiros lideram os casos de perseguição contra mulheres.
A Paraíba registrou o maior aumento percentual de casos de perseguição contra mulheres no país em 2024. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, houve um crescimento de 51,3% nos registros desse tipo de crime no estado em comparação ao ano anterior. No total, foram 1.414 casos contabilizados — o que equivale a uma média de uma mulher vítima de stalking a cada 6 horas.
A perseguição, ou stalking, passou a ser considerada crime no Brasil em 2021 e está prevista no artigo 147-A do Código Penal. A prática ocorre quando alguém insiste em vigiar, seguir, ameaçar ou invadir repetidamente a privacidade de outra pessoa, provocando medo e comprometendo sua liberdade.
“Um sinal de alerta é quando a insistência afeta a liberdade da mulher, modifica sua rotina por medo ou provoca ansiedade constante. Esse padrão repetitivo e invasivo caracteriza o crime”, explicou a coordenadora das delegacias especializadas da mulher na Paraíba.
Entre as principais formas de perseguição estão:
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Aparecimento constante e indesejado do agressor em locais frequentados pela vítima;
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Envio repetitivo de mensagens, ligações ou e-mails;
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Monitoramento da rotina ou redes sociais;
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Chegada inesperada à residência ou local de trabalho da vítima.
A pena prevista para o crime de stalking é de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. A punição pode ser agravada caso a vítima seja mulher, criança, idosa ou se o agressor utilizar arma ou agir com outras pessoas.
Perfil dos agressores
Na Paraíba, a maioria dos casos envolve ex-companheiros das vítimas. Segundo a Polícia Civil, muitos desses homens não aceitam o fim do relacionamento e recorrem à perseguição como forma de controle ou retaliação. Também há ocorrências envolvendo colegas de trabalho, vizinhos, conhecidos e até desconhecidos que desenvolvem obsessão pelas vítimas.
Onde denunciar
A orientação das autoridades é que qualquer tipo de perseguição ou violência seja denunciada imediatamente. “A denúncia é o primeiro passo para romper o ciclo da violência”, reforçou a delegada Sileide de Azevedo.
📞 Canais de denúncia:
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Polícia Militar – 190
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Polícia Civil – 197 (anônimo)
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Disque 180 – Central de atendimento à mulher
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Delegacias da Mulher (plantão 24h)
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Delegacia online – www.delegaciaonline.pb.gov.br
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WhatsApp da Central de Atendimento às Mulheres – (61) 9610-0180
Por Redação





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