Secretário da SEAP explica motivos da prisão de Fernando Cunha Lima em unidade especial. Médico foi condenado por estupro de vulnerável.
Após a condenação do médico Fernando Paredes Cunha Lima por estupro de vulnerável, o secretário de Administração Penitenciária da Paraíba (SEAP), João Alves, esclareceu nesta quinta-feira (17) os critérios adotados para definir a unidade prisional em que o pediatra está recolhido. O médico cumpre pena no presídio especial do bairro Valentina, em João Pessoa.
Segundo João Alves, a escolha da unidade levou em conta a idade avançada e as comorbidades do condenado. “Ele está no presídio especial do Valentina, onde há pessoas que não pagaram pensão, com idade avançada, estado de saúde debilitado. O doutor Fernando está lá porque, dentre as unidades da capital, foi essa que a Justiça determinou”, afirmou o secretário em entrevista à Rádio Arapuan FM.
Ainda de acordo com Alves, Fernando Cunha Lima é atualmente o preso mais idoso do sistema penitenciário da Paraíba. Ele explicou que não há outra unidade com estrutura adequada para atender às condições do detento. “Se quiséssemos transferi-lo, não teríamos espaço que comportasse suas necessidades médicas e idade”, completou.
O secretário também revelou que o médico soube da condenação antes da notificação oficial, durante conversa com seu advogado dentro da prisão. “O advogado esteve com ele e disse que já havia sido condenado. Quando chegou o oficial de justiça com a notificação, ele já estava ciente e não apresentou reação adversa”, relatou.
Alves comentou ainda sobre a gravidade dos crimes. “Esse cidadão cometeu crimes gravíssimos. A história revolta a todos. Ele molestava crianças no exercício da medicina, quando os pais confiavam seus filhos a ele. É um crime bárbaro.”
Relembre o caso:
Fernando Cunha Lima foi condenado pela Justiça da Paraíba, por meio da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, a 22 anos, cinco meses e dois dias de prisão em regime fechado, por estupro de vulnerável contra duas crianças. A sentença, divulgada na última sexta-feira (11), também impôs ao réu o pagamento de R$ 200 mil por danos morais — R$ 100 mil para cada vítima.
A decisão foi baseada em denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que apontou a gravidade dos atos, a vulnerabilidade das vítimas e a capacidade financeira do médico. Em relação a outras duas vítimas, ele foi absolvido por falta de provas, e o MPPB avalia se recorrerá dessas decisões.
O médico foi preso no dia 7 de março, após permanecer foragido por quatro meses. Ele foi encontrado no estado de Pernambuco, onde vivia com apoio de familiares. Em maio, foi transferido para o presídio especial em João Pessoa.
No total, Fernando Cunha Lima foi denunciado por abusos contra seis crianças. A nova denúncia, apresentada em dezembro, inclui dois novos casos envolvendo pacientes.
Por Redação





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